Aldo Rebelo: "imaginar que alguém vai ao estádio futebol e se dá ao trabalho de arrancar o sanitário e atirar sobre outro torcedor? Que coisa é esta?", questionou o ministro do Esporte (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2014 às 15h19.
Rio de Janeiro - O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, condenou hoje (5) a violencia no Estádio do Arruda, no Recife, onde um torcedor morreu depois de ter sido atingido por um vaso sanitário.
O objeto foi arremesado por outro torcedor na sexta-feira (2), durante uma briga de torcidas depois da partida entre o Santa Cruz e o Paraná, válida pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Na ocasião, duas privadas foram retiradas do banheiro, e atiradas de uma altura de 20 metros.
A expectativa de Rebelo é que os torcedores que viram os vasos sendo arrancados denunciem o responsável pelo arremeso. "Já que o jogo tinha sido encerrado e a Polícia Militar (PM) estava fora do estádio, quem testemunhou ainda não denunciou, mas confio que a PM de Pernambuco vai achar o responsável", declarou.
O ministro classificou o episódio de barbárie e disse que é preciso avançar na gestão do futebol para que o esporte não sirva "para este tipo de violência". "Imaginar que alguém vai ao estádio futebol e se dá ao trabalho de arrancar o sanitário e atirar sobre outro torcedor? Que coisa é esta?", questionou.
O racismo no futebol também mereceu condenação do ministro. Ele manifestou preocupação com espanhóis que apoiaram a atitude do torcedor que arremesou uma banana ao jogador brasileiro Daniel Alves, que jogava na Espanha.
"Houve, em larga escala, manifestações de solidariedade ao Daniel Alves, de repúdio ao racismo, mas é importante que se registre que, na Espanha, um grupo saiu em defesa do jovem acusado pelo gesto de racismo, o que demonstra que isso não foi apenas uma atitude individual", disse o ministro.
Segundo Aldo, no Brasil, onde o problema também ocorre durante as competições, a dificuldade é identificar e punir o torcedor racista. "O que nem sempre é possível", reconheceu. Sobre as leis, disse que já são "bem duras".
As declarações foram dadas durante o Simpósio Copa 2014- Niterói Pensando o Futebol. No evento, organizado pela prefeitura de Niterói e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro homenageou o jornalista esportivo Léo Batista, de 82 anos, dos quais 67 dedicados à profissão.