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Ministério Público detecta nova fraude no leite no RS

Fiscalização noticiou que amostras de leite continham formol e foram embaladas e comercializadas no Paraná e São Paulo

Copo de leite: esse é o quarto esquema de adulteração de leite desde o ano passado (Scott Olson/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 20h17.

Porto alegre - O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) detectou mais um esquema de adulteração de leite no Estado, o quarto desde maio do ano passado. A nova investigação começou em fevereiro, quando a fiscalização do Ministério da Agricultura noticiou que 12 amostras de leite cru coletadas em um posto de resfriamento do município de Condor continham formol e foram embaladas e comercializadas no Paraná e São Paulo.

Nesta sexta-feira, 14, promotores, técnicos e servidores do MPRS, com apoio de agentes do Ministério da Agricultura, Polícia Civil e Brigada Militar, cumpriram oito mandados de busca e apreensão em propriedades rurais, empresas e cooperativas nos municípios de Bossoroca, Vitória das Missões, Tupanciretã, Panambi, Santo Augusto, Capão do Cipó e Ijuí. Em Condor, um homem acusado de receber leite adulterado, armazenar e distribuir o produto, foi preso.

Os fraudadores colocam água para aumentar o volume do leite em 10%. Mas a adulteração tem outro passo e resultado é mais complexo. É a adição de uréia para compensar as perdas nutricionais ou driblar análises mais simples, que acaba acrescentando novos componentes ao produto, como o formol, considerado substância cancerígena. Outra adição, de soda cáustica, pode provocar queimaduras em tecidos internos.

Depois de encontrar amostras contaminadas em fevereiro, a investigação mapeou o destino daqueles volumes de leite e constatou que 299 mil litros foram recebidos pela LBR, em Tapejara (RS), e encaminhados para as unidades da empresa em Guaratinguetá (SP), onde foram embalados 100 mil litros com a marca Parmalat, e Lobato (PR), onde foram embalados 199 mil litros com a marca Líder, nos dias 13 e 14 de fevereiro.

A LBR Lácteos Brasil S.A. emitiu nota afirmando que as cargas de leite foram submetidas a todos os testes exigidos pela legislação tanto em Tapejara quanto nas unidades de Guaratinguetá e Lobato sem detecção de qualquer anormalidade. Assegura ainda que,mesmo assim, atendeu pedido do Ministério da Agricultura e recolheu preventivamente o produto que estava no mercado. "A empresa considera assim que cumpriu com todos os procedimentos exigidos pela legislação e observou as cautelas aplicáveis ao caso".

Desde maio do ano passado, em quatro operações semelhantes, o MPRS encontrou núcleos de fraudadores de leite em Condor, Ibirubá,Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio e acusou 25 pessoas de participação nos diferentes esquemas. Em dezembro, seis deles foram condenados a penas de até 18 anos de reclusão. O caso não transitou em julgado porque todos recorreram ao Tribunal de Justiça. Os outros 19 não foram julgados ainda.

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Porto alegre - O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) detectou mais um esquema de adulteração de leite no Estado, o quarto desde maio do ano passado. A nova investigação começou em fevereiro, quando a fiscalização do Ministério da Agricultura noticiou que 12 amostras de leite cru coletadas em um posto de resfriamento do município de Condor continham formol e foram embaladas e comercializadas no Paraná e São Paulo.

Nesta sexta-feira, 14, promotores, técnicos e servidores do MPRS, com apoio de agentes do Ministério da Agricultura, Polícia Civil e Brigada Militar, cumpriram oito mandados de busca e apreensão em propriedades rurais, empresas e cooperativas nos municípios de Bossoroca, Vitória das Missões, Tupanciretã, Panambi, Santo Augusto, Capão do Cipó e Ijuí. Em Condor, um homem acusado de receber leite adulterado, armazenar e distribuir o produto, foi preso.

Os fraudadores colocam água para aumentar o volume do leite em 10%. Mas a adulteração tem outro passo e resultado é mais complexo. É a adição de uréia para compensar as perdas nutricionais ou driblar análises mais simples, que acaba acrescentando novos componentes ao produto, como o formol, considerado substância cancerígena. Outra adição, de soda cáustica, pode provocar queimaduras em tecidos internos.

Depois de encontrar amostras contaminadas em fevereiro, a investigação mapeou o destino daqueles volumes de leite e constatou que 299 mil litros foram recebidos pela LBR, em Tapejara (RS), e encaminhados para as unidades da empresa em Guaratinguetá (SP), onde foram embalados 100 mil litros com a marca Parmalat, e Lobato (PR), onde foram embalados 199 mil litros com a marca Líder, nos dias 13 e 14 de fevereiro.

A LBR Lácteos Brasil S.A. emitiu nota afirmando que as cargas de leite foram submetidas a todos os testes exigidos pela legislação tanto em Tapejara quanto nas unidades de Guaratinguetá e Lobato sem detecção de qualquer anormalidade. Assegura ainda que,mesmo assim, atendeu pedido do Ministério da Agricultura e recolheu preventivamente o produto que estava no mercado. "A empresa considera assim que cumpriu com todos os procedimentos exigidos pela legislação e observou as cautelas aplicáveis ao caso".

Desde maio do ano passado, em quatro operações semelhantes, o MPRS encontrou núcleos de fraudadores de leite em Condor, Ibirubá,Ronda Alta, Boa Vista do Buricá, Horizontina, Guaporé e Três de Maio e acusou 25 pessoas de participação nos diferentes esquemas. Em dezembro, seis deles foram condenados a penas de até 18 anos de reclusão. O caso não transitou em julgado porque todos recorreram ao Tribunal de Justiça. Os outros 19 não foram julgados ainda.

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