Ministério da Saúde volta a recomendar vacinação de adolescentes
Em coletiva, a pasta recomenda imunização de jovens de 17 a 12 anos a receber qualquer imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
André Martins
Publicado em 22 de setembro de 2021 às 21h38.
Última atualização em 22 de setembro de 2021 às 22h02.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 22, que voltou a recomendar a vacinação contra covid-19 de adolescentes sem comorbidades no PNI. Em entrevista coletiva, a pasta recomenda imunização de jovens de 17 a 12 anos a receber qualquer imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ). Atualmente, apenas a vacina da Pfizer está autorizada para este grupo.
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"Os benefícios da vacinação são maiores do que os eventuais riscos dos eventos adversos da sua aplicação. Comparando tudo o que foi aplicado, mesmo com esses supostos erros de imunização, é um percentual muito baixo", explicou o ministério.
O anúncio vem apenas seis dias após a pasta suspender a imunização para essa faixa etária que já havia começado em diversos estados brasileiros. Quando determinou a suspensão, o ministro Marcelo Queiroga alegou que a medida foi tomada de maneira preventiva e que os estados começaram a imunização antes do determinado pelo PNI. Mais tarde, em transmissão pelas redes sociais de Bolsonaro, o chefe da pasta falou que o presidente recomendou a suspensão da vacinação.
No dia seguinte da decisão do ministério, a Anvisa divulgou nota mantendo a recomendação de vacinação de adolescentes.
Estados criticaram a decisão do governo federal e mantiveram a vacinação. Nesta terça-feira, o STF decidiu que as administrações estaduais e municipais têm autonomia para decidir sobre se vão promover a vacinação de adolescentes maiores de 12 anos contra a covid-19.
O ministro Ricardo Lewandowski citou uma série de posições de entidades e órgãos que recomendam manter a vacinação para todos os jovens acima de 12 anos e que a decisão do ministério "não encontra amparo em evidências acadêmicas nem em análises estratégicas" realizadas internacionalmente.
Morte de adolescente em SP não tem relação com vacina da Pfizer
O caso de uma uma adolescente de São Paulo que morreu sete dias depois de ter tomado a vacina contra a covid-19 não teve qualquer relação com o imunizante da Pfizer, segundo investigação do estado de São Paulo e da Anvisa.
A causa provável, segundo a Secretaria de saúde de São Paulo, foi atribuída ao diagnóstico de doença autoimune, denominada púrpura trombótica trombocitopênica (PPT), identificada com base no quadro clínico e em exames complementares.
Ao concluir a investigação, a Anvisa afirmou que os dados apresentados foram considerados “consistentes e bem documentados” para provar que a morte não teve relação com a vacina e reforçou a recomendação de imunização desta faixa etária.“Até o momento, os achados apontam para a manutenção da relação benefício versus risco para todas as vacinas autorizadas no Brasil, ou seja, os benefícios da vacinação excedem significativamente os seus potenciais riscos”, disse a agência.
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