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Minha geração "sentiu" truculência estatal, diz Dilma

Em cerimônia em Brasília, a presidente disse que teve sua vida pessoal marcada pelo tema dos direitos humanos


	A presidente Dilma Rousseff: "Não existe nada mais importante do que os seres humanos em qualquer esfera da nossa atividade"
 (REUTERS/Maxim Shemetov)

A presidente Dilma Rousseff: "Não existe nada mais importante do que os seres humanos em qualquer esfera da nossa atividade" (REUTERS/Maxim Shemetov)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 18h46.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (17) que a sua geração "sentiu na carne" o abuso e a truculência do Estado, ao fazer referência ao seu passado de contestação à ditadura militar. O comentário foi feito na solenidade de entrega do Prêmio Direitos Humanos, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Dilma ressaltou que a questão dos direitos humanos marcou sua "vida pessoal". "Esse assunto, além de ser importante, ele me comove porque a minha geração sentiu na carne o abuso do poder, a truculência do Estado, e sabe perfeitamente como é importante e fundamental o respeito pelos direitos humanos. Sabe que esse é um pilar fundamental de uma sociedade democrática, não existe nada mais importante do que os seres humanos em qualquer esfera da nossa atividade", afirmou.

A presidente destacou os trabalhos da Comissão da Verdade, que tem entre os objetivos "esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de graves violações de direitos humanos" entre 1946 e 1988 e "promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria". A presidente anunciou os sete integrantes da comissão em maio passado.

"Gostaria de falar do trabalho que a Comissão da Verdade está executando, (de) recuperar parte da nossa história, aquela parte que ainda não foi contada, sobre aqueles anos em que o poder do Estado não respeitou os direitos básicos de seus cidadãos", afirmou Dilma, durante a entrega do prêmio. Entre os premiados da solenidade estão o Grupo Arco-Íris de Cidadania (na categoria "garantia de direitos à população LGBT"), Tim Lopes ("mídia e direitos humanos"), Pastor Djalma Rosa Torres ("diversidade religiosa") e menção honrosa ao Levante Popular da Juventude de São Paulo.


"Essa cerimônia é muito importante porque os premiados dão voz aos que não têm voz, falam por aqueles que ninguém defende, agem pelos que não têm poder, vocês atuam contra aquilo que uma sociedade tem de pior, vocês lutam pela redução das desigualdades, contra as injustiças para tornar o nosso mundo muito melhor", disse Dilma.

Dilma defendeu que o Estado ofereça serviços públicos de qualidade para a população, sem se esquecer de considerar as minorias. "O Estado deve destinar seus recursos e seus esforços para oferecer à população serviços públicos de qualidade, sobretudo saúde e educação e oportunidades, mas o Estado deve dedicar sua maior atenção aos vulneráveis, aos excluídos e as minorias, aos que são objeto de preconceito, aos que são tratados sem levar em consideração o pleno potencial do seu desenvolvimento", discursou a presidente.

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