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Mil médicos e estudantes de medicina protestam na BA

Eles protestaram contra a proposta do governo federal de "importar" médicos sem a revalidação do diploma no país e por melhorias nas condições de trabalho da categoria

Cerca de três mil médicos também protestaram contra a vida dos colegas estrangeiros e por melhorias na saúde pública nesta quarta-feira no Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 19h37.

Salvador - Cerca de mil médicos e estudantes de medicina participaram nesta quarta-feira de uma manifestação pelas ruas do centro de Salvador.

Entre muitas reivindicações, eles protestaram contra a proposta do governo federal de "importar" médicos sem a revalidação do diploma no País e por melhorias nas condições de trabalho da categoria.

De jaleco, nariz de palhaço e com faixas e cartazes, os profissionais caminharam cerca de um quilômetro, entre as Praças do Campo Grande e Castro Alves, gritando palavras de ordem nas quais ameaçam parar os atendimentos, caso seja mantido o projeto de "importação" dos médicos da forma como foi apresentado. "Médico sem revalidação é paralisação", dizia o grupo.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA) Maria do Socorro Mendonça de Campos, não há restrição da entidade à convocação de médicos de outros países, "desde que sejam cumpridas as normas legais".

"Nenhuma entidade médica é contra a vinda de médicos do exterior, mas é preciso se certificar de que são médicos de qualidade", avalia. "Além disso, é necessário que tenham proficiência em Língua Portuguesa. Se a gente, quando vai para o interior, já tem dificuldade para entender o que o paciente diz, imagina quem não domina o idioma."

De acordo com Maria do Socorro, há 16 mil médicos trabalhando na Bahia. "É um número suficiente para o Estado, o problema é que a categoria está muito concentrada nas principais áreas urbanas e na capital", avalia. "O que mais atrapalha a descentralização não é tanto o salário, mas a falta de condições de trabalho. Hoje em dia, não dá mais para praticar Medicina apenas com um estetoscópio e um carimbo."

Por causa do horário em que foi realizada - no fim da tarde -, a manifestação não atrapalhou os atendimentos nos principais hospitais da cidade. "Para não prejudicar os trabalhos, escolhemos fazer esse protesto no fim do turno dos atendimentos ambulatoriais", disse a sindicalista. Segundo ela, atendimentos de urgência e emergência também foram mantidos nos hospitais.

Pouco antes do protesto, pela manhã, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), sancionou a lei que reestrutura a profissão e institui o Plano de Cargo, Carreira e Vencimentos (PCCV) para os médicos do Estado.


Conforme o governo da Bahia, a nova regra representa reajustes salariais de até 32% para os profissionais da ativa e de até 200% nos vencimentos dos aposentados. Na análise de Maria do Socorro, a sanção foi "um avanço". "Com a nova lei, o piso dos médicos, para jornada de 24 horas (semanais), passa a ser de mais ou menos R$ 6 mil brutos, entre salário e adicionais."

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De jaleco, nariz de palhaço e com faixas e cartazes, os profissionais caminharam cerca de um quilômetro, entre as Praças do Campo Grande e Castro Alves, gritando palavras de ordem nas quais ameaçam parar os atendimentos, caso seja mantido o projeto de "importação" dos médicos da forma como foi apresentado. "Médico sem revalidação é paralisação", dizia o grupo.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA) Maria do Socorro Mendonça de Campos, não há restrição da entidade à convocação de médicos de outros países, "desde que sejam cumpridas as normas legais".

"Nenhuma entidade médica é contra a vinda de médicos do exterior, mas é preciso se certificar de que são médicos de qualidade", avalia. "Além disso, é necessário que tenham proficiência em Língua Portuguesa. Se a gente, quando vai para o interior, já tem dificuldade para entender o que o paciente diz, imagina quem não domina o idioma."

De acordo com Maria do Socorro, há 16 mil médicos trabalhando na Bahia. "É um número suficiente para o Estado, o problema é que a categoria está muito concentrada nas principais áreas urbanas e na capital", avalia. "O que mais atrapalha a descentralização não é tanto o salário, mas a falta de condições de trabalho. Hoje em dia, não dá mais para praticar Medicina apenas com um estetoscópio e um carimbo."

Por causa do horário em que foi realizada - no fim da tarde -, a manifestação não atrapalhou os atendimentos nos principais hospitais da cidade. "Para não prejudicar os trabalhos, escolhemos fazer esse protesto no fim do turno dos atendimentos ambulatoriais", disse a sindicalista. Segundo ela, atendimentos de urgência e emergência também foram mantidos nos hospitais.

Pouco antes do protesto, pela manhã, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), sancionou a lei que reestrutura a profissão e institui o Plano de Cargo, Carreira e Vencimentos (PCCV) para os médicos do Estado.


Conforme o governo da Bahia, a nova regra representa reajustes salariais de até 32% para os profissionais da ativa e de até 200% nos vencimentos dos aposentados. Na análise de Maria do Socorro, a sanção foi "um avanço". "Com a nova lei, o piso dos médicos, para jornada de 24 horas (semanais), passa a ser de mais ou menos R$ 6 mil brutos, entre salário e adicionais."

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