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Metroviários tentam reverter demissões

Metroviários tentaram um último lance para evitar a paralisação do sistema no dia da abertura da Copa do Mundo em Itaquera


	Entrada da Estação Barra Funda fechada, em greve dos metroviários de São Paulo
 (Nacho Doce/Reuters)

Entrada da Estação Barra Funda fechada, em greve dos metroviários de São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 21h32.

São Paulo - Em clima de indignação e com a promessa de retomada da greve nesta quinta-feira, 12, os metroviários de São Paulo tentaram nesta terça-feira um último lance para evitar a paralisação do sistema no dia da abertura da Copa do Mundo em Itaquera, na zona leste.

Trata-se de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na esperança que a Justiça solicite ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) o cancelamento das 42 demissões de metroviários realizada nesta segunda, data em que o movimento foi suspenso. O TRT não havia confirmado a formalização do pedido até o início da noite desta terça.

O Sindicato dos Metroviários acusou o governo paulista de reagir de forma intransigente e truculenta aos piquetes montados em estações como Ana Rosa, onde a Tropa de Choque usou bombas de efeito moral para dispersar os grevistas.

O presidente da entidade, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirmou ainda que os 42 funcionários demitidos foram escolhidos como parte de uma "retaliação política" de Alckmin, já que todos têm participação ativa nas ações sindicais. Ele falou que a estratégia é para intimidar a classe trabalhadora.

"A categoria está indignada com as demissões, existe uma revolta com a atitude do governador. Espero que ele negocie, pare com a truculência e a gente possa sair desse impasse, porque a greve já está marcada", afirmou Prazeres Júnior.

Durante a entrevista coletiva que concedeu, ele e parte dos demitidos seguraram cartazes com os dizeres "Reintegração dos demitidos. Lutar não é crime!"

Essa reivindicação passou a ser a pedra de toque da entidade, suplantando os pedidos originais, como reajuste salarial na casa dos dois dígitos e um plano igualitário de divisão dos resultados financeiros da empresa.

"A possibilidade da greve no dia 12 é muito concreta. Essa foi uma punição política do governo", disse Paulo Pasin, um dos demitidos.

Ele trabalhava no Centro de Controle Operacional (CCO) e já havia sido demitido uma vez da empresa em 2007, mas foi readmitido após uma decisão judicial.

Será esse o caminho trilhado pelos 42 dispensados. Antes disso, eles têm três dias para solicitar um processo administrativo interno no Metrô para tentar se defender e para questionar a empresa sobre o que exatamente motivou a dispensa de cada um, já que isso não foi explicitado.

TST

Prazeres Júnior afirmou que recebeu nesta terça a ligação do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Barros Levenhagen, que se mostrou "sensível" à situação dos metroviários.

O presidente da entidade também esclareceu que recorrerá das multas impostas pelo TRT à entidade e ao sindicato dos engenheiros do Metrô pelos cinco dias de paralisação, que somariam R$ 900 mil. "É uma multa para fazer o sindicato falir, porque não temos tantas fontes de recursos para pagá-la, já que devolvemos a nossa parte do imposto sindical para os trabalhadores."

Nesta terça, o TRT chegou a pedir o bloqueio das contas bancárias do sindicato, para garantir o pagamento das multas.

Um dos pontos que mais revoltavam os sindicalistas era o fato de o próprio presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, ter afirmado, em uma reunião na segunda na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), que readmitiria 40 dos funcionários dispensados.

O Palácio dos Bandeirantes, logo depois, vetou essa hipótese e o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos confirmou que não voltaria atrás nas dispensas.

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