Brasil

Mercado privado tem nova previsão de vacina no Brasil, mas depende da Anvisa

Neste primeiro momento, a expectativa é que esta comercialização seja em maior parte para empresas que querem aplicar em funcionários

Vacina da Bharat Biotech (Vishal Bhatnagar/NurPhoto/Getty Images)

Vacina da Bharat Biotech (Vishal Bhatnagar/NurPhoto/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 08h30.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2021 às 12h03.

Uma vacina contra a covid-19 deve chegar ao mercado privado no Brasil em meados de abril. Esta é a nova expectativa da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (Abcvac), que tinha previsão inicial de ter um imunizante ainda em março. Neste primeiro momento, a expectativa é que esta comercialização seja em maior parte para empresas que querem aplicar em funcionários. Caso haja a possibilidade, a entidade não descarta a venda também a pessoas físicas.

De acordo com o presidente da entidade, Geraldo Barbosa, todos os trâmites de negociação com o laboratório indiano Bharat foram encaminhados para a aquisição de 5 milhões de doses, mas ainda depende de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Tudo o que a gente podia fazer para que não fosse uma expectativa frustrada foi feito. Agora a gente espera que a Bharat consiga submeter os resultados da fase 3 de testes, para aprovar o mais rápido possível. Para que as associadas possam ofertar esta vacina o mais rápido possível para a população”, disse Barbosa em entrevista exclusiva à EXAME.

Representantes do mercado privado de vacinas do Brasil foram até a Índia no começo de janeiro para conhecer os processos de fabricação da chamada Covaxin. O laboratório indiano assinou um acordo com a empresa brasileira Precisa Medicamentos, para fazer a distribuição e venda no Brasil.

Por enquanto, a vacina da Bharat foi aprovada na Índia para uso emergencial, e ainda tem os testes da fase 3 em andamento, com 26.000 voluntários

No Brasil, pelas regras estipuladas pela Anvisa, para ter o uso emergencial aprovado, é necessário que os testes sejam realizados no país. Há a possibilidade de pedir o registro definitivo, que pode demorar até 60 dias.

“Estamos considerando a data de 15 de abril. Essa previsão quem nos passa é a Bharat, então estou trabalhando com o cronograma deles. Todas as vezes que eles mudarem o cronograma, vamos atualizar. Eu mantenho meu otimismo, mas dependemos da Anvisa”, explica Geraldo Barbosa.

Na semana passada, a Associação de Juízes Federais do Rio Grande do Sul (Ajufergs) abriu uma consulta a associados e familiares para reservar a vacina contra a covid-19. De acordo com o presidente, Rafael Martins Costa Moreira, a consulta está sendo feita com base em uma proposta da clínica Multivacinas - associada da Abcvac - a um custo previsto de 800 reais, considerando as duas doses.

Segundo Barbosa, as associadas estão sendo orientadas a não oferecerem a vacina a empresas ou entidades neste momento. “Nenhum associado está liberado para vender porque não tem o produto. Nada impede que eles consultem o mercado, mas a gente não orienta. Fazer especulação não faz bem a nenhum segmento”, diz.

 

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

Acompanhe tudo sobre:Coronavírusvacina contra coronavírusVacinas

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP