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Mercado não tem solução para escassez em 2015, diz Sabesp

A empresa recebeu cem propostas para combater a escassez de água, mas nenhuma capaz de resolver o problema ainda neste ano

Um funcionário da Sabesp na barragem de Jaguary em Braganca Paulista (Nacho Doce/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 09h00.

São Paulo - Despoluição do Rio Pinheiros e da Billings, uso de reatores para transformar esgoto em água de reúso, instalação de cortina para barrar detritos em represa e até de uma cobertura para evitar a evaporação.

Após recorrer ao mercado no auge da crise hídrica, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) recebeu cem propostas para combater a escassez de água , mas nenhuma capaz de resolver o problema ainda neste ano.

Ninguém chegou e disse assim: "Eu resolvo seu problema em 2015", resume Edison Airoldi, superintendente de Planejamento Integrado da Sabesp, responsável por avaliar as cem propostas recebidas durante a chamada pública aberta há três meses.

"O objetivo imediato não foi atendido, mas provou que a gente estava no caminho certo, que nossas ações se mostraram as melhores no curto prazo que tínhamos, completa."

Das cem propostas, a Sabesp classificou 26 como promissoras, ou seja, podem ser adotadas no futuro, para aumentar a oferta de água na Grande São Paulo a partir de 2016. Nove delas envolvem a Represa Billings, considerada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) a grande caixa d"água da região metropolitana e a aposta da Sabesp para evitar o rodízio no abastecimento neste ano.

Uma das ações destacadas é o tratamento e reversão de 15 mil litros por segundo do Rio Pinheiros para a Billings, por meio da flotação, técnica que consiste em aglutinar a sujeira do rio em grandes grãos para removê-los.

O método chegou a ser testado entre 2007 e 2009, mas foi criticado por alguns ambientalistas e pelo Ministério Público e abandonado pelo governo.

Em fevereiro, quando o Cantareira chegou a 5% da capacidade, considerando as duas cotas do volume morto, e a Sabesp buscou ajuda do mercado, Alckmin defendeu a prática.

Esse processo já foi referendado pela Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo), pela Sabesp e pela Escola Politécnica da USP.

Com 15 mil litros por segundo, você consegue encher a Billings inteira em dois anos e meio, sem falar do ganho ambiental de limpar a água do Pinheiros, afirma João Carlos Gomes Oliveira, presidente da DT Engenharia, responsável por essa e outras 10 propostas.

Todas poderiam ser adotadas ainda neste ano, mas ia depender da capacidade de investimento da Sabesp, que, como sabemos, está com dificuldade financeira.

Em cima

Sete das 26 propostas estão ligadas a obras ou soluções já apresentadas pela Sabesp, como a ampliação da capacidade de produção do Sistema Guarapiranga, aumento da transferência de água para o Sistema Alto Tietê e a construção de estações produtoras de água de reúso, que Alckmin anunciou para este ano, mas já foram postergadas.

Eles (Sabesp) até nos chamaram para discutir a proposta de tratar até 15 mil litros por segundo do Rio Pinheiros com reatores biológicos dentro da Billings.

Também sugerimos tratar água dos Rios Tietê e Pinheiros em contêineres instalados nas Marginais para uso não potável pela indústria, afirma Mauro Coutinho, diretor técnico da Centroprojekt.

Para o inventor Pedro Ricardo Paulino, que propôs a instalação de miniusinas que fabricam água usando a umidade dos rios nas Marginais, o chamado da Sabesp ficou em cima da hora.

Já tinha sugerido isso em setembro, mas deixaram para a última hora. Agora, fica mais difícil e caro, diz.

A proposta de Paulino, a exemplo de outras envolvendo dessalinização da água do mar e coleta de água em cisternas caseiras, foi descartada pela Sabesp.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - Parece ironia, mas no país com uma das maiores reservas de água do Planeta, o desperdício desse recurso precioso é flagrante. Na média nacional, de cada 100 litros de água coletada e tratada, apenas 67 litros chegam são e salvos na casa do brasileiro. Tais perdas variam de um lugar para o outro. Levantamento feito com base no estudo da ONG Trata Brasil, sobre perdas de água, mostra que em 15 das 27 capitais brasileiras o desperdício na distribuição ultrapassa a taxa de 40%. E não é só água que se perde, mas dinheiro investido na captação, tratamento, transporte e distribuição desse recurso. Conforme a pesquisa, o prejuízo financeiro com as perdas de água em todo o Brasil atinge nada menos do que R$ 8 bilhões ao ano. Macapá lidera o ranking das perdas de água nas capitais, com desperdício de 73,56%. Ligações clandestinas, infraestrutura desgastada, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas das perdas contabilizadas pelas empresas operadoras, sejam públicas ou privadas. Clique nas fotos e confira as capitais que mais perdem água na distribuição.
  • 2. 1. Macapá

    2 /25(Antonio Milena/Veja)

  • Veja também

    EstadoAmapá
    Índice de perda na distribuição em 201373,56%
    Índice de perda de faturamento73,91%
    População em 2013437.256
  • 3. 2. Porto Velho

    3 /25(Luiz Alexandre/Flickr/Creative Commons)

  • EstadoRondônia
    Índice de perda na distribuição em 201370,33%
    Índice de perda de faturamento68,87%
    População em 2013484.992
  • 4. 3. Cuiabá

    4 /25(Divulgação/ Embratur)

    EstadoMato Grosso
    Índice de perda na distribuição em 201367,29%
    Índice de perda de faturamento64,50%
    População em 2013569.830
  • 5. 5. Maceió

    5 /25(Divulgação / Christian Knepper)

    EstadoAlagoas
    Índice de perda na distribuição em 201361,28%
    Índice de perda de faturamento59,47%
    População em 2013996.733
  • 6. 6. Rio Branco

    6 /25(Wikimedia Commons)

    EstadoAcre
    Índice de perda na distribuição em 201360,21%
    Índice de perda de faturamento60,21%
    População em 2013357.194
  • 7. 7. Natal

    7 /25(REUTERS/Sergio Moraes)

    EstadoRio Grande do Norte
    Índice de perda na distribuição em 201354,94%
    Índice de perda de faturamento47,10%
    População em 2013853.928
  • 8. 8. Aracaju

    8 /25(FRANCO HOFFCHNEIDER/ Guia Quatro Rodas)

    EstadoSergipe
    Índice de perda na distribuição em 201354,77%
    Índice de perda de faturamento48,37%
    População em 2013614.577
  • 9. 9. Boa Vista

    9 /25(Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista)

    EstadoRoraima
    Índice de perda na distribuição em 201354,51%
    Índice de perda de faturamento56,94%
    População em 2013308.996
  • 10. 10. Teresina

    10 /25(Divulgação/Embratur)

    EstadoPiauí
    Índice de perda na distribuição em 201353,75%
    Índice de perda de faturamento49,29%
    População em 2013836.475
  • 11. 11. Salvador

    11 /25(Divulgação / Trivago / Embratur)

    EstadoBahia
    Índice de perda na distribuição em 201352,42%
    Índice de perda de faturamento52,54%
    População em 20132.883.682
  • 12. 12. Belém

    12 /25(Cayambe/Wikimedia Commons)

    EstadoPará
    Índice de perda na distribuição em 201350,37%
    Índice de perda de faturamento45,68%
    População em 20131.425.922
  • 13. 13. Recife

    13 /25(REUTERS/Paulo Whitaker)

    EstadoPernambuco
    Índice de perda na distribuição em 201349,82%
    Índice de perda de faturamento56,74%
    População em 20131.599.513
  • 14. 14. Manaus

    14 /25(REUTERS/Bruno Kelly)

    EstadoAmazonas
    Índice de perda na distribuição em 201348,16%
    Índice de perda de faturamento75,59%
    População em 20131.982.177
  • 15. 16. João Pessoa

    15 /25(Wikipedia / Pbendito)

    EstadoParaíba
    Índice de perda na distribuição em 201339,90%
    Índice de perda de faturamento42,98%
    População em 2013769.607
  • 16. 17. Curitiba

    16 /25(Francisco Anzola/Wikimedia Commons)

    EstadoParaná
    Índice de perda na distribuição em 201339,29%
    Índice de perda de faturamento30,57%
    População em 20131.848.946
  • 17. 18. Belo Horizonte

    17 /25(Embratur)

    EstadoMinas Gerais
    Índice de perda na distribuição em 201336,47%
    Índice de perda de faturamento34,33%
    População em 20132.479.165
  • 18. 19. São Paulo

    18 /25(Germano Lüders / EXAME)

    EstadoSão Paulo
    Índice de perda na distribuição em 201335,79%
    Índice de perda de faturamento34,99%
    População em 201311.821.873
  • 19. 20. Palmas

    19 /25(CLAUDIO ROSSI/VOCÊ S.A.)

    EstadoTocantins
    Índice de perda na distribuição em 201335,41%
    Índice de perda de faturamento29,15%
    População em 2013257.904
  • 20. 21. Florianópolis

    20 /25(Flickr/Creative Commons/Rodrigo Soldon)

    EstadoSanta Catarina
    Índice de perda na distribuição em 201333,72%
    Índice de perda de faturamento24,60%
    População em 2013453.285
  • 21. 23. Rio de Janeiro

    21 /25(Dabldy/Thinkstock)

    EstadoRio de Janeiro
    Índice de perda na distribuição em 201328,49%
    Índice de perda de faturamento54,50%
    População em 20136.429.923
  • 22. 24. Campo Grande

    22 /25(Elias Francioni/Flickr/Creative Commons)

    EstadoMato Grosos do Sul
    Índice de perda na distribuição em 201327,73%
    Índice de perda de faturamento36,20%
    População em 2013832.352
  • 23. 25. Brasília

    23 /25(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    EstadoDistrito Federal
    Índice de perda na distribuição em 201327,27%
    Índice de perda de faturamento26,98%
    População em 20132.789.761
  • 24. 26. Porto Alegre

    24 /25(Camila Domingues/ Palácio Piratini)

    EstadoRio Grande do Sul
    Índice de perda na distribuição em 201326,26%
  • 25. 27. Goiânia

    25 /25(Adelano Lázaro/Wikimedia Commons)

    EstadoGoiás
    Índice de perda na distribuição em 201321,31%
    Índice de perda de faturamento34,18%
    População em 20131.393.575
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