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Mercado aposta que governo promoverá 'tarifaço' em 2015

Mercado financeiro reforçou aposta de que governo prepara uma série de aumentos dos preços monitorados, como gasolina e energia, em 2015


	Contas: expectativa de reajuste maior eleva previsões para a inflação de agentes do mercado
 (Wilson/Getty Images)

Contas: expectativa de reajuste maior eleva previsões para a inflação de agentes do mercado (Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 10h44.

Brasília - O mercado financeiro reforçou a aposta de que o governo prepara uma série de aumentos dos preços monitorados, como gasolina e energia, em 2015. Embora descartado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o chamado "tarifaço" está embutido nas projeções dos analistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central.

A previsão de aumento dos preços administrados em 2015 passaram de 6,75% para 6,9%, apontou o Focus, divulgado na segunda-feira, 04. Para 2014, foi mantida em 5%.

Em razão dessa expectativa de reajuste maior no próximo ano, os agentes do mercado revisaram para cima as previsões para a inflação. O índice oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de 6,21% para 6,24% em 2015. Para 2014, recuou de 6,41% para 6,39%.

"É um ajuste que ainda não faz frente a todo o represamento que foi feito, mas há uma perspectiva de que, de fato, vai ter de ser feito algum ajuste para realinhar os preços", diz o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Os analistas consultados pelo BC apostam que as projeções para os preços administrados devem continuar em revisão para cima. No Focus, as previsões mais pessimistas são de alta de 6% em 2014 e de 9% em 2015.

A Tendências Consultoria projeta 7,8% para os preços monitorados, o que levaria o IPCA a 6,3% em 2015. "O viés continua sendo de alta para esse número, uma vez que os administrados devem continuar sendo revistos para cima", diz a sócia Alessandra Ribeiro.

As projeções para o custo de vida em 2014 continuam próximas do teto da meta, de 6,5%. Para ela, mesmo com projeções melhores do mercado para a inflação de julho e agosto, "não há espaço para que a inflação esperada ceda de forma expressiva no ano".

Enquanto as projeções para a inflação se mostram resistentes em nível elevado, as estimativas de crescimento têm sofrido revisões constantes para baixo.

Na semana passada, pela décima vez seguida, o mercado reduziu de 0,90% para 0,86% a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014. Para o próximo ano, a estimativa foi mantida em alta de 1,5%.

O pessimismo com a atividade econômica foi desencadeado, principalmente, pelo mau desempenho da indústria. "O setor é o mais emblemático quando se fala em fraqueza da economia", diz o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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