Menino do Acre reaparece após 4 meses sumido, diz site
Obra do jovem cujo sumiço tomou as redes sociais brasileiras já está entre os livros mais vendidos de não-ficção do país
Talita Abrantes
Publicado em 11 de agosto de 2017 às 12h35.
Última atualização em 11 de agosto de 2017 às 13h04.
São Paulo – Após 4 meses desaparecido, o estudante de psicologia Bruno Borges, de 25 anos, que ficou conhecido nas redes sociais como o “ menino do Acre ”, retornou para a casa de seus pais em Rio Branco (AC), segundo o G1.
O jovem, que sumiu em março deste ano, deixou para trás 14 livros criptografados em uma linguagem que ele mesmo criou. Segundo a família, antes do desaparecimento, o estudante de psicologia transformou seu quarto em uma espécie de museu com uma réplica da imagem de Giordano Bruno, filósofo italiano vítima da inquisição, e uma série de códigos e imagens misteriosas grafadas nas paredes.
Os rastros deixados por Bruno na casa da família foram suficientes para que a história ganhasse as redes sociais brasileiras nos últimos meses. Uma série de grupos foram criados para desvendar os escritos do "menino do Acre" e até jogos para smartphone foram lançados.
No mês passado, a família do jovem publicou o primeiro dos 14 livros assinados por Bruno Borges. Segundo o site especializado Publish News, a obra "TAC: Teoria da Absorção do Conhecimento" alcançou o vigésimo lugar na lista de livros de não-ficção mais vendidos do país na semana de lançamento, entre os dias 24 e 30 de julho
Em maio, a Polícia Civil do Acre disse ter encontrado “fortes indícios” de que o desaparecimento do jovem tenha ocorrido para impulsionar a divulgação de livros de sua autoria. A família do jovem nega.
O departamento de inteligência afirmou que no mesmo dia em que o rapaz desapareceu um contrato falando de faturamento das obras foi registrado em Rio Branco.O “Contrato de Sociedade no Projeto Enzo com o Lançamento de 14 Obras” foi registrado no dia 27 de março, no Primeiro Tabelionato de Notas e firmado com Marcelo de Souza Ferreira, amigo de Bruno, que chegou a ser preso por falso testemunho.O documento define que haveria benefício de 15% do faturamento bruto do ‘Projeto Enzo’ e das ’14 literaturas iniciais’, parte do lançamento do ‘projeto’.
Por ora, a família se restringiu a dizer que o jovem retornou sozinho para a casa e que pediu desculpas pelo ocorrido.