Henrique Meirelles: "O importante para mim é manter uma coerência, uma linha de ação, com tudo aquilo que eu já fiz e com tudo aquilo que penso" (Diego Vara/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de março de 2018 às 17h59.
Última atualização em 26 de março de 2018 às 18h36.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a afirmar nesta segunda-feira que decidirá apenas na próxima semana se deixa o cargo para disputar a Presidência nas eleições de outubro ou se permanece no posto até o fim do governo de Michel Temer, frisando que manterá "coerência" em seus próximos passos.
"O importante para mim é manter uma coerência, uma linha de ação, com tudo aquilo que eu já fiz e com tudo aquilo que penso", disse o ministro, depois de participar de evento em Porto Alegre.
A afirmação veio após autoridades no Palácio do Planalto dizerem, mais cedo, que Meirelles já havia decidido deixar o cargo e que migraria para o MDB, de Temer. Hoje, o ministro é filiado ao PSD.
Meirelles, porém, repetiu novamente que só divulgará sua decisão no fim da próxima semana, quando se encerra o prazo legal para ocupantes de ministérios deixarem os postos se quiserem disputar cargos em outubro.
"Devo anunciar uma decisão no inicio da semana que vem, se de fato eu devo sair do ministério para disputar o mandato eleitoral ou se fico no ministério até o final desse ano", afirmou.
Indagado por que estaria relutando em admitir que mudaria para o MDB, Meirelles afirmou e existem conversas "bastante avançadas", com alinhamento de opinião dentro do partido. "Agora, ainda não chegamos ainda a uma conclusão final e o dia que eu chegar eu vou anunciar qualquer que seja ela", acrescentou.
Meirelles enfatizou sua preferência por ocupar a cabeça da chapa presidencial.
"A minha consideração é evidentemente a Presidência", disse Meirelles. "É o que eu estou considerando e vamos seguir. Agora,evidentemente que nós temos que olhar a questão do que quer a população e todas as questões eleitorais, visando evitar que ocorram resultados aí que sejam negativos para o país."
Antes de decidir o que fará a partir da segunda semana de abril, o ministro afirmou que avaliará pesquisas qualitativas atualmente em andamento para verificar "exatamente o que pensa, o que quer o brasileiro".
O ministro também afirmou que ainda não indicou nenhum nome para ser seu sucessor na pasta. Para ele, seria injusto indicar alguém na medida em que ainda tomou uma decisão sobre sair ou não do ministério.
A fala de Meirelles vai de encontro ao que uma fonte contou à Reuters mais cedo, de que ele já havia indicado para sua sucessão na Fazenda os nomes dos secretários da Fazenda Mansueto de Almeida (Acompanhamento Fiscal) e Eduardo Guardia (Secretaria Executiva).