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Meirelles diz que pode levar votos de Lula

Pré-candidato do MDB conta com propaganda na TV para convencer eleitores de que foi responsável por crescimento da Era Lula, quando era presidente do BC

Henrique Meirelles: "Temos garantia da vasta maioria e de uma vitória consagradora na convenção do MDB. É natural que um ou outro questione" (Adriano Machado/Reuters)

Henrique Meirelles: "Temos garantia da vasta maioria e de uma vitória consagradora na convenção do MDB. É natural que um ou outro questione" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de julho de 2018 às 16h37.

Pré-candidato do MDB à Presidência da República, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou nesta quarta-feira, 4, que vai basear sua campanha nas experiências que teve no governo Michel Temer e Lula - de quem foi presidente do Banco Central.

Meirelles conta com a propaganda eleitoral na TV para convencer eleitores de que foi responsável por crescimento econômico da Era Lula, captando votos dos lulistas, e da recuperação no governo Temer.

"Sirvo o País. Trabalhei com Lula e com Temer, sendo bem-sucedido em ambos os casos", disse hoje o emedebista ao discursar para empresários no evento Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência da República, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

"Vou basear minha campanha no que fiz no governo Lula e no governo Temer também. As pessoas vão saber que o responsável por aquela época fui eu e não um candidato qualquer apoiado por Lula. E agora (governo Temer) também."

Ele afirma considerar que poderá, com o início do horário eleitoral, levar o crédito, no lugar de um eventual candidato do PT, de eleitores que avaliam como positivo o governo Lula.

Mesmo preso, o ex-presidente é pré-candidato do PT, mas foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro o que poderá levar a Justiça Eleitoral a barrar o registro.

O ex-ministro disse que obteve resultados excelentes nos dois governos, mas que ainda não houve tempo de a população perceber na gestão Temer. Meirelles afirmou que tem apoio majoritário no MDB para vencer a convenção nacional do partido, agendada para o fim de julho. Segundo o presidenciável, a base do partido já se mobiliza por sua campanha.

"Temos garantia da vasta maioria e de uma vitória consagradora na convenção do MDB. É natural que um ou outro questione. Calculo que mais de 80% dos delegados do MDB, de Estados que visitei, estão conosco", disse.

Ele diz que, apesar de ter no geral entre 1% e 2% de intenções de voto, segundo pesquisas registradas, atinge patamares superiores em sondagens qualitativas encomendadas por seus aliados.

Meirelles considera possuir até 30% de preferência entre eleitores que o conhecem e julgam ter dados suficientes sobre ele para decidir o voto. O ministro ainda se julga desconhecido do eleitorado: "Vários dos atuais candidatos estão fazendo campanha há anos".

Fintechs

O ex-ministro da Fazenda se comprometeu a enviar ao Congresso nos primeiros meses de governo, caso eleito, um projeto de simplificação do sistema tributário, tornando-o mais transparente, eficiente e benéfico para empresas. Em seguida, promete a redução da carga tributária, que considera crucial para a recuperação industrial. Ele disse que o excesso de processos trabalhistas também atrapalha a competição da indústria brasileira no mercado aberto.

Meirelles afirmou que "não há dúvida de que existe pouca competição no mercado financeiro brasileiro" e citou o excesso de agências bancárias como uma barreira à competição. E

le disse que aposta numa abertura do mercado às fintechs, para competição de crédito. Ele prometeu uma regulação no Conselho Monetário Nacional para abrir o mercado às fintechs.

Ele disse que a interferência governamental na taxa de juros "sempre deu errado no mundo inteiro" e que a redução virá com aumento da competição.

Caso eleito, ele promete montar um "time dos sonhos" nos ministérios.

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