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Meirelles afirma que candidatura à Presidência é "possível"

Em entrevista, o ministro também reforçou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência na forma como o novo texto foi formulado pelo governo

Henrique Meirelles: "eu acho que (o Brasil) já saiu (da recessão). Ainda não há essa sensação" (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 08h20.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , afirmou que o Brasil já saiu da recessão, mas que a população ainda não teve essa "sensação".

Em entrevista exibida na noite desta quarta-feira, 29, na GloboNews, na qual dedicou a maior parte do tempo para falar de sua trajetória política, Meirelles reconheceu ainda que há uma "possibilidade" de se candidatar a presidente da República em 2018.

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"Eu acho que (o Brasil) já saiu (da recessão). Ainda não há essa sensação, mas se nós considerarmos que o Brasil teve uma queda de produto de 3,6% no ano passado e ano que vem pode crescer até mais do que 3%, é uma recuperação extraordinária num período de tempo muito curto", disse o ministro.

Para ele, a criação de 70 mil empregos em um mês "é muita coisa" em uma economia que anteriormente "destruía milhares de empregos por mês".

Meirelles reforçou a necessidade de aprovação da reforma da Previdência na forma como o novo texto foi formulado pelo governo e afirmou que a ideia da proposta é garantir que a aposentadoria dos sistemas público e privado seja igual "a partir de um certo momento".

Sem as mudanças no sistema previdenciário, destacou, o País "quebra, não aguenta". O ministro não citou prazos para o trâmite da proposta no Congresso Nacional.

Eleição

Questionado sobre a intenção de ser candidato a presidente da República em 2018, o ministro mais uma vez falou que há essa possibilidade, mas ponderou que uma candidatura depende das circunstâncias.

"É uma possibilidade. Mas, como eu já disse, uma Presidência da República é uma questão de oportunidade e destino, não é um objeto de desejo."

O ministro repetiu que está concentrado em seu trabalho na Fazenda e em colocar o Brasil no rumo de crescimento. Além disso, ele falou que a agenda de um "ajuste duro" na economia mostra que ele está preocupado em cumprir sua função, e não com seu futuro político.

Quando perguntado sobre qual seria sua primeira atitude se fosse eleito, o ministro se esquivou. "Vamos deixar para pensar isso na hora certa", declarou.

Trajetória

Cotado pelo seu partido, o PSD, e por outras legendas como provável candidato em 2018, Meirelles falou sobre sua trajetória política durante a entrevista com o jornalista Roberto D'Ávila.

Ele citou desde seu envolvimento no movimento estudantil até o convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser presidente do Banco Central, logo após ser eleito deputado federal por Goiás em 2002.

Ao falar de seu currículo, o ministro destacou que seus trabalhos sempre foram pautados em "entusiasmo, honestidade e verdade" e que assumir a Fazenda no governo do presidente Michel Temer (PMDB) foi o maior desafio da carreira.

Meirelles mais uma vez afastou envolvimento dos casos de corrupção no Grupo J&F, controlador do frigorífico JBS, do qual foi presidente do Conselho de Administração.

O ministro disse que não participou de nenhuma "confusão" e que não imaginava a ocorrência de escândalos na companhia. "Foi uma surpresa muito grande."

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