Exame Logo

Medo da inflação volta a alimentar preços

Em 12 meses até janeiro deste ano, os preços dos serviços reajustados segundo critérios informais aumentaram 8,45%

Inflação geral ao consumidor medida pelo IPC da Fipe no mesmo período foi de 6,2% (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2011 às 17h29.

São Paulo -  A escalada da inflação dos últimos meses ressuscitou mecanismos informais de indexação de preços, especialmente dos serviços. É o pedreiro ou o cabeleireiro, por exemplo, que aumenta o valor da diária ou do corte de cabelo, seguindo a intuição ou usando critérios próprios, como o gasto com a condução para chegar ao trabalho ou com a refeição fora de casa.

Um estudo feito pelos técnicos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), ilustra com números o estrago das expectativas negativas nos preços dos serviços que seguem uma indexação informal.

Veja também

Em 12 meses até janeiro deste ano, os preços dos serviços reajustados segundo critérios informais aumentaram 8,45%. O resultado supera de longe a variação do mesmo período pelos serviços que têm critérios previamente definidos de reajuste (4 93%) e incluem aluguéis e contratos de assistência médica, entre outros.

Enquanto isso, a inflação geral ao consumidor medida pelo IPC da Fipe no mesmo período foi de 6,2%. Os demais 405 produtos que compõem o indicador e englobam desde alimentos a eletrodomésticos, eletrônicos e artigos de vestuário subiram, em média, 6,4% e seguiram de perto o resultado geral do IPC.

Nesse rol estão, por exemplo, o filé mignon, que aumentou 54,55% em 12 meses, seguindo a alta de preço das carnes no mercado internacional, e até eletrônicos como o celular, cujo preço caiu 13,38% no período por causa da desvalorização do dólar em relação ao real e da forte concorrência dos importados.

“Em períodos de inflação alta, a inércia inflacionária ganha força entre os preços dos serviços reajustados informalmente”, afirma o gerente do IPC-Fipe Moacir Yabiku. Ele e a supervisora Hilda Miranda são os responsáveis pelo estudo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoInflaçãoPreços

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame