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Médico de Lula diz que embolização já estava prevista desde cirurgia e não atrasará alta médica

Kalil Filho disse que o procedimento deve durar uma hora e é relativamente simples

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 18h05.

Última atualização em 12 de dezembro de 2024 às 08h43.

O novo procedimento médico que será realizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já estava planejado pela equipe médica desde a cirurgia realizada na madrugada de terça-feira, 10. A informação foi confirmada pelo médico Roberto Kalil Filho, em coletiva à imprensa nesta quarta-feira, 11.

Lula passará por uma embolização da artéria meníngea média, uma técnica indicada para prevenir o retorno de sangramentos no cérebro.

“Não houve mudança no quadro [do presidente]. A embolização estava prevista desde o procedimento cirúrgico", afirmou Kalil Filho. "Desde o momento zero já existia essa programação. O que faltava bater o martelo era qual dia e qual horário deveríamos fazer."

Kalil Filho explicou que o procedimento deverá durar cerca de uma hora, não será realizado em um centro cirúrgico e apresenta baixo risco, sendo considerado relativamente simples. A intervenção é feita com sedação ou anestesia. O médico também esclareceu que a previsão de alta de Lula não será alterada devido ao tratamento agendado para amanhã e reforçou que o petista teve uma "evolução favorável".

“O presidente não ficará mais tempo na UTI e não terá a alta atrasada”, afirmou Kalil Filho. Em relação ao dreno, a previsão é que ele seja retirado durante a embolização.

O médico de Lula explicou que a embolização pretende evitar possíveis novos sangramentos. Embora a probabilidade seja baixa, o procedimento visa minimizar os riscos futuros, segundo Kalil Filho.

“Impossível em medicina não existe. O procedimento é para minimizar o risco de futuros sangramentos”, afirmou.

Kalil afirmou ainda que a divulgação da realização do procedimento foi um pedido direto de Lula e da primeira dama Janja da Silva. A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e confirmada pelo Hospital Sírio-Libanês em boletim médico divulgado.

O que é embolização de artéria meníngea média?

A embolização da artéria meníngea média é um procedimento endovascular minimamente invasivo utilizado para tratar sangramentos no cérebro. Segundo o Rol de Procedimentos do Ministério da Saúde, o procedimento é realizado sem a necessidade de abrir o crânio, feito por meio da punção de uma artéria periférica. A injeção de contraste permite ao médico visualizar em tempo real a circulação intracraniana e, guiado pela imagem, para realizar o tratamento de doenças arteriais e venosas intra e extracranianas.

Cirurgia de Lula

Na madrugada de terça-feira, 10, Lula passou por uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O procedimento ocorreu sem intercorrências.

Lula foi submetido a uma trepanação, um procedimento cirúrgico que consiste em perfurar o crânio com um trépano, uma espécie de broca neurocirúrgica, para acessar o cérebro ou remover um pedaço do osso.

O termo "craniotomia" foi empregado no primeiro boletim médico para descrever o procedimento do procedimento, mas, durante coletiva à imprensa, o médico explicou que o presidente passou por uma "trepanação".

O petista deu entrada no hospital em Brasília após relatar uma forte dor de cabeça. Exames de imagem indicaram a presença de uma hemorragia intracraniana, o que levou à decisão de transferi-lo para São Paulo ainda na noite de segunda-feira, 9.

O sangramento é resultado de um acidente ocorrido em 19 de outubro, quando Lula escorregou no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu a cabeça, levando pontos na ocasião. Este novo sangramento, no entanto, ocorreu quase dois meses após o acidente doméstico.

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