Brasil

Médico de família é estratégia para fechar as contas da saúde

Exame Fórum Saúde reuniu autoridades e especialistas nesta terça-feira (12), em São Paulo, para debater os rumos da saúde no Brasil

Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, e Marcelo Munerato, presidente da Aon, durante o EXAME Fórum Saúde em 12/09/17 (Germano Luders/Exame)

Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, e Marcelo Munerato, presidente da Aon, durante o EXAME Fórum Saúde em 12/09/17 (Germano Luders/Exame)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 14h37.

Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 12h37.

São Paulo - O setor de saúde no Brasil vive um nó de altos custos que só pode ser desfeito com grandes mudanças na gestão estratégica. Resgatar o valor dos médicos de família é um bom começo, segundo especialistas presentes no Exame Fórum Saúde, que acontece nesta terça-feira (12), no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

“A conta só vai fechar se mudarmos totalmente a gestão da saúde no país”, disse o presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Sidney Klajner. Para ele, um dos caminhos para tornar o sistema mais eficiente é melhorar o acesso à informação e à medicina de família, para evitar que o paciente chegue ao pronto socorro ou faça exames sem real necessidade.

“Uma dor na perna pode ser examinada pelo médico de família e pode ser tratada sem um exame de ressonância, se dermos informação suficiente para que o paciente saiba qual serviço de saúde procurar. Só assim acabamos com a frequência ao pronto socorro de forma indevida e com o exagero nos exames”, disse Klajner.

O presidente da Aon, Marcelo Munerato, concorda que a falta de otimização nos processos do setor de saúde leva a um desperdício de recursos. “Plano de saúde é quase um cartão de crédito pré-pago sem limite. Temos que resgatar o valor do médico de família, que é uma das respostas para essa equação em vários países do mundo ”, disse.

Diante desse cenário, o presidente da Aon também questionou o que a comunidade empresarial pode fazer para melhorar a situação.

“Todos nós, empresários, temos grande responsabilidades e oportunidades. Iniciativas desenvolvidas no mundo empresarial podem ser aproveitadas na área pública, mas isso exige uma mudança de estratégia. A medicina de família vale tanto para a iniciativa privada quanto para a pública”, afirmou.

O próprio Hospital Israelita Albert Einstein é um exemplo. O hospital iniciou um programa interno de atendimento aos colaboradores para reduzir os próprios custos com saúde e profissionalizar sua gestão. A instituição também tem programas de saúde da família, em parcerias com o Ministério da Saúde e a prefeitura de São Paulo.

Para o presidente do hospital, outro problema que gera dificuldade para fechar as contas do setor no Brasil é o modelo de remuneração da cadeia no setor. “No Brasil, para diversos elos da cadeia, quanto mais gente doente, melhor. Esse modelo de remuneração por doença é um dos incentivos mais perversos para o aumento dos custos”, disse Klajner.

Veja a entrevista de EXAME com Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein:

yt thumbnail

Agora confira a conversa com Marcelo Munerato, presidente da Aon:

yt thumbnail

Quer assistir ao evento completo? Confira abaixo o vídeo que foi transmitido ao vivo na página de EXAME no Facebook: 

Acompanhe tudo sobre:Brasileventos-exameEXAME FórumPolítica de saúdeSaúdeSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Acidente da Tam: maior tragédia da aviação brasileira completa 17 anos

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Mais na Exame