Exame Logo

MEC divulga texto de criação do Sistema Nacional de Educação

O texto defende que se criem padrões nacionais de qualidade, do currículo até a estrutura das escolas

O Sistema Nacional de Educação está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, que prevê metas e estratégias desde a educação básica à pós-graduação para serem cumpridos até 2024 (Divulgação/ Secretaria de Educação Tocantins)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 13h58.

O Ministério da Educação (MEC) divulgou o texto que servirá de base para a criação do Sistema Nacional de Educação (SNE). A proposta ainda será discutida e detalhada antes de ser encaminhada ao Congresso Nacional para constar em lei.

A intenção é aumentar a autonomia e as responsabilidades de estados e municípios com a educação e, ao mesmo tempo, garantir financiamento e recursos técnicos para que cumpram com essas obrigações.

"Nós precisamos muito de um Sistema Nacional de Educação para que a reorganização nacional dê conta da diminuição das desigualdades, que são muitas no Brasil, e são muito agravadas pela complexidade do federalismo. Temos 5,7 mil municípios, temos 26 estados e o Distrito Federal, temos o governo federal e não temos um sistema que integre todas as ações de forma obrigatória e vinculante, garantindo condições para que os entes deem conta das suas obrigações para garantir esse direito", explica a diretora de Articulação com o Sistema de Ensino do Ministério da Educação ( MEC ), Flávia Nogueira.

O texto defende que se criem padrões nacionais de qualidade, do currículo até a estrutura das escolas. Definidos os padrões, União, estados e municípios deverão trabalhar conjuntamente para atingí-los.

União e estados deverão dar apoio aos municípios, tanto financeiro quanto técnico, para que cumpram as obrigações. O documento cita a reforma tributária como necessária para garantir esse equilíbrio entre os entes, mas diz que ela não ocorrerá a tempo da definição do SNE.

"Um equilíbrio desta natureza depende de uma reforma tributária, que pode exigir muito mais tempo para a construção de acordos federativos do que o próprio Sistema Nacional de Educação. Neste contexto, é fundamental encontrar uma solução para o financiamento educacional", diz.

Flávia Nogueira explica que um dos instrumentos previstos é o Custo Aluno-Qualidade (CAQ), que define quanto cada aluno precisa para ter acesso a uma educação com um padrão mínimo de qualidade.

O rigor para as transferências da União também deverão aumentar, os entes terão que comprovar insuficiência financeira para receber complementação da União, por exemplo, ao piso salarial dos professores.

A complementação da União para garantir o pagamento do piso salarial dos professores, uma das principais demandas municipais, que acabam comprometendo grande parte ou mesmo a totalidade do que recebem com a folha de pagamento.

O documento diz: "Uma possível complementação financeira da União para a complementação do Piso Salarial Profissional Nacional deverá condicionar-se a um conjunto de regras e contrapartidas dos entes federados, como a comprovação da insuficiência financeira e a demonstração do esforço fiscal".

"A gente sempre precisa ter rigor com o recurso público", diz a diretora. Ela acrescenta que os investimentos em educação deverão também aumentar. Por lei, até 2024, deverão ser investidos pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) com educação.

Atualmente, o investimento é de 6,6% do PIB. "Não há ainda acordo ou conhecimento profundo de onde esse recurso vai vir, mas isso vai acontecer.

Independente disso, do rigor e da quantidade, queremos trabalhar cada vez mais acreditando em quem está fazendo a oferta na ponta. Quanto mais a obrigação for transferida, mais apoio vai receber, seja técnico ou financeiro", reforça.

O texto está disponível para a consulta no portal Planejando a Próxima Década. O Sistema Nacional de Educação está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, que prevê metas e estratégias desde a educação básica à pós-graduação para serem cumpridos até 2024.

Pela lei, o SNE deve ser instituído até meados do ano que vem. O PNE prevê ainda a universalização do ensino e a valorização de professores e profissionais de educação.

O SNE deverá constar em lei específica. De acordo com o MEC, a expectativa é a de que o documento se desdobre em discussões por todo o país e receba contribuições para a construção de uma proposta coletiva, para ser aprovada pelo Congresso Nacional.

O SNE é tema do 15º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação: O papel dos dirigentes municipais de educação na implementação do Sistema Nacional de Educação. O fórum começou na terça-feira (16) e termina hoje (19). Participam 1.687 representantes de 1.067 municípios.

Veja também

O Ministério da Educação (MEC) divulgou o texto que servirá de base para a criação do Sistema Nacional de Educação (SNE). A proposta ainda será discutida e detalhada antes de ser encaminhada ao Congresso Nacional para constar em lei.

A intenção é aumentar a autonomia e as responsabilidades de estados e municípios com a educação e, ao mesmo tempo, garantir financiamento e recursos técnicos para que cumpram com essas obrigações.

"Nós precisamos muito de um Sistema Nacional de Educação para que a reorganização nacional dê conta da diminuição das desigualdades, que são muitas no Brasil, e são muito agravadas pela complexidade do federalismo. Temos 5,7 mil municípios, temos 26 estados e o Distrito Federal, temos o governo federal e não temos um sistema que integre todas as ações de forma obrigatória e vinculante, garantindo condições para que os entes deem conta das suas obrigações para garantir esse direito", explica a diretora de Articulação com o Sistema de Ensino do Ministério da Educação ( MEC ), Flávia Nogueira.

O texto defende que se criem padrões nacionais de qualidade, do currículo até a estrutura das escolas. Definidos os padrões, União, estados e municípios deverão trabalhar conjuntamente para atingí-los.

União e estados deverão dar apoio aos municípios, tanto financeiro quanto técnico, para que cumpram as obrigações. O documento cita a reforma tributária como necessária para garantir esse equilíbrio entre os entes, mas diz que ela não ocorrerá a tempo da definição do SNE.

"Um equilíbrio desta natureza depende de uma reforma tributária, que pode exigir muito mais tempo para a construção de acordos federativos do que o próprio Sistema Nacional de Educação. Neste contexto, é fundamental encontrar uma solução para o financiamento educacional", diz.

Flávia Nogueira explica que um dos instrumentos previstos é o Custo Aluno-Qualidade (CAQ), que define quanto cada aluno precisa para ter acesso a uma educação com um padrão mínimo de qualidade.

O rigor para as transferências da União também deverão aumentar, os entes terão que comprovar insuficiência financeira para receber complementação da União, por exemplo, ao piso salarial dos professores.

A complementação da União para garantir o pagamento do piso salarial dos professores, uma das principais demandas municipais, que acabam comprometendo grande parte ou mesmo a totalidade do que recebem com a folha de pagamento.

O documento diz: "Uma possível complementação financeira da União para a complementação do Piso Salarial Profissional Nacional deverá condicionar-se a um conjunto de regras e contrapartidas dos entes federados, como a comprovação da insuficiência financeira e a demonstração do esforço fiscal".

"A gente sempre precisa ter rigor com o recurso público", diz a diretora. Ela acrescenta que os investimentos em educação deverão também aumentar. Por lei, até 2024, deverão ser investidos pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) com educação.

Atualmente, o investimento é de 6,6% do PIB. "Não há ainda acordo ou conhecimento profundo de onde esse recurso vai vir, mas isso vai acontecer.

Independente disso, do rigor e da quantidade, queremos trabalhar cada vez mais acreditando em quem está fazendo a oferta na ponta. Quanto mais a obrigação for transferida, mais apoio vai receber, seja técnico ou financeiro", reforça.

O texto está disponível para a consulta no portal Planejando a Próxima Década. O Sistema Nacional de Educação está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado, que prevê metas e estratégias desde a educação básica à pós-graduação para serem cumpridos até 2024.

Pela lei, o SNE deve ser instituído até meados do ano que vem. O PNE prevê ainda a universalização do ensino e a valorização de professores e profissionais de educação.

O SNE deverá constar em lei específica. De acordo com o MEC, a expectativa é a de que o documento se desdobre em discussões por todo o país e receba contribuições para a construção de uma proposta coletiva, para ser aprovada pelo Congresso Nacional.

O SNE é tema do 15º Fórum Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação: O papel dos dirigentes municipais de educação na implementação do Sistema Nacional de Educação. O fórum começou na terça-feira (16) e termina hoje (19). Participam 1.687 representantes de 1.067 municípios.

Acompanhe tudo sobre:EducaçãoMEC – Ministério da Educação

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame