MEC distribuirá 400 mil chips com internet para alunos vulneráveis
Ministro admitiu que iniciativa chegou "um pouquinho tarde"; pasta prevê gasto de R$ 4 milhões e atenderá inicialmente 400 mil alunos
Agência O Globo
Publicado em 17 de agosto de 2020 às 16h11.
Última atualização em 17 de agosto de 2020 às 16h11.
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta segunda-feira os detalhes do programa que disponibilizará internet para cerca de 400 mil estudantes em situação de vulnerabilidade das instituições federais de ensino.
O MEC adotará duas modalidades para fornecer a internet: os alunos que já tiverem acesso à rede terão incremento do plano de dados com créditos de 10 GB a 40 GB, já aqueles que não tiverem acesso receberão um chip pré-pago com capacidade de 5 GB a 40 GB. Durante a coletiva de imprensa, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que a iniciativa chegou "um pouquinho tarde".
O MEC já havia anunciadoa iniciativa no dia 1° de julho, mas não tinha detalhado como funcionaria o plano para levar internet aos estudantes e nem quanto seria gasto. De acordo com a pasta, está previsto um orçamento de R$ 4 milhões.
As empresas escolhidas para fazer o serviço são a Algar e a Claro, mas caso haja vácuo de sinal na região de algum estudante, há brecha para contratação de empresa que forneça o serviço naquela localidade.
"Houve um dellay. Foi um pouquinho tarde para tomarmos essa iniciativa, mas vocês têm que concordar conosco que o percurso administrativo que as coisas públicas possuem, toda a nossa burocracia interna, nos torna um pouco mais lentos. E isso naturalmente foi uma das causas pelas quais a gente demorou um pouco mais do que aparentemente seria razoável para poder oferecer o que estamos oferecendo", comentou o ministro.
Levantamento feito pelo MEC mostra que há 900 mil estudantes em situação de vulnerabilidade na rede federal, o que inclui das universidades, os institutos federais e os colégios Pedro II.
Inicialmente, serão atendidos 400 mil, que representam cerca de 45% do total. O MEC dividiu esses estudantes em grupos: os com renda familiar mensal até meio salário mínimo; aqueles com renda até um salário mínimo; e, por fim, até um salário mínimo e meio. O primeiro grupo terá prioridade.
Segundo o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza, das 69 universidade federais do Brasil, 25 universidades estão com aulas remotas.
Nesse universo, 72 mil estudantes em vulnerabilidade já serão atendidos nesse primeiro momento e há recurso disponível para atender os alunos com essas características de outras federais que decidam retornar às aulas por meio do ensino remoto. Cada universidade definirá de que maneira o aluno receberá a internet e quais os trâmites necessários para obtê-la.
"As universidades colocaram sua grande pereocupação que seriam os alunos em situação de vulnerabilidade socieconômica que até têm internet, mas um pacote com o qual não é possível fazer as aulas remotas", explicou Souza.
"São soluções que serão muito importantes superado esse período da pandemia, que é a conectividade e a inclusão em banda larga nos domicílios dos alunos. Isso vai ser muito normal. A educação cada vez mais vai seguir de forma híbrida."
Em relação aos estudantes da Educação Básica que estudam em instituições federais, a expectativa é alcançar 175 mil estudantes da rede. O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Ariosto Antunes Culau, mencinou que até o momento 15 institutos estão com aulas remotas e a previsão é que outros 16 passam a aderir ao modelo até o fim do mês.
"Com esse reforço que estamos dando à atividade de conectividade devemos alcançar volume quase integral (dos estudantes com vulnerabilidade). Temos trabalhado em apoio às instituições em outras iniciativas relacionadas a ambientes virtuais, capacitação e equipamentos. A gente entende que essa é uma ação fundamental do MEC", disse.