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Mauro Vieira comemora resgate de brasileiros e diz que governo vai defender pausa humanitária

Ministro das Relações Exteriores diz que situação de brasileiros e familiares está "momentaneamente resolvida"

Mauro Vieira: ministro das Relações Exteriores afirma que resgate foi concluído com "muito êxito" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 12 de novembro de 2023 às 13h49.

Última atualização em 12 de novembro de 2023 às 15h43.

A operação que regatou o grupo de 32 brasileiros que estavam presos na Faixa de Gaza foi concluída com "muito êxito", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Em coletiva na sede do Palácio Itamaraty, em Brasília, ele ainda destacou que a repatriação está "momentaneamente resolvida", mas o conflito entre Israel e o Hamas é grave e o Brasil continuará trabalhando por uma pausa humanitária.

"A situação dos brasileiros está momentaneamente resolvida, mas o conflito é grave. O presidente Lula está envolvido na busca por uma solução com autoridades internacionais, e todos os atores envolvidos, a fim de voltar a tratar da questão do Conselho de Segurança e encontrar uma forma de suspensão das hostilidades e garantir uma pausa humanitária à população civil palestina em Gaza", afirmou Vieira.

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O resgate de 32 pessoas, composta por brasileiros e familiares, marca o fim de uma longa espera em meio ao enclave entre o grupo terrorista Hamas e a operação militar conduzida por Israel, após o atentado de de 7 de outubro. Em direção à Cidade do Cairo, o grupo ainda deve passar a noite no local e embarcar ao Brasil por volta das 12h (horário do Egito).

Inicialmente, a lista de brasileiros era composta por 34 nomes. No entanto, antes de atravessarem a fronteira de Rafah, na Faixa de Gaza, duas pessoas voluntariamente pediram para não embarcar, alegando motivos pessoais. "Não podemos dizer quem são e o porque [de não terem partido]. Mas elas receberam apoio psicológico da equipe brasileira", disse o ministro.

Apoio aos refugiados

De acordo com o ministro, os resgatados serão recepcionados pelo governo federal e irão passar por todos os processos que garantam desde um local para ficarem - por meio de famílias palestinas voluntárias ou abrigos - à regularização da situação como refugiados.

"Na chegada ao Brasil, haverá todo um esquema de recepção e depois contato com familiares, ou de origem ou que queiram recebê-los. O Ministério do Desenvolvimento Social disponibilizará um sistema de acolhimento social, com o fornecimento de documentos como de identidade, permissão de trabalho e acesso ao SUS, além de pedido e regularização de refúgio."

Questionado se o presidente Lula irá receber pessoalmente o grupo de brasileiros, Vieira afirmou que isso dependerá da agenda do chefe do Executivo e do horário de chegada do grupo de brasileiros.

Atraso do resgate e embaixador de Israel

Perguntado se houve atrasos no resgate de brasileiros na Faixa de Gaza, o ministro afirmou que a conclusão do procedimento foi "dentro do prazo" e que não foram apenas os brasileiros que ficaram presos em meio ao conflito. "[O atraso] ocorreu com todos os países. Alguns tinham entre 500 e 600 nacionais a serem repatriados, a nossa demanda era menor. A operação foi feita conforme foi dada a prioridade pelas autoridades. Este é o décimo ou oitavo dia de passagem de civis, então foi dentro do negociado", disse.

Sobre o mal-estar gerado pelo embaixador de Israel, Daniel Zonshine, que se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Vieira evitou se aprofundar no assunto. "Não o conheço", respondeu ao ser questionado sobre a atuação do embaixador israelense. "Todo esforço de libertação de brasileiros foi feito pelo governo Lula, sob a instrução dele, no qual fui o interlocutor de todos os governos envolvidos e que resultou nesta conclusão exitosa."

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