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Marina Silva critica criação de fundo para "grandes partidos"

A ex-senadora convoca a sociedade a lutar contra a aprovação do fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões e do distritão

Marina: "o que eles estão querendo fazer é institucionalizar o abuso do poder econômico que foi revelado pela operação Lava Jato", disse a ex-senadora (Elza Fiuza/Agência Brasil)

Marina: "o que eles estão querendo fazer é institucionalizar o abuso do poder econômico que foi revelado pela operação Lava Jato", disse a ex-senadora (Elza Fiuza/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de agosto de 2017 às 13h53.

São Paulo - Marina Silva (Rede) publicou um vídeo nas redes sociais, no final da noite de terça-feira, 15, em que afirma que a reforma política em discussão no Congresso Nacional institucionaliza o abuso do poder econômico revelado pela operação Lava Jato.

A ex-senadora e postulante a disputar mais uma eleição para a Presidência da República em 2018 convoca a sociedade a lutar contra a aprovação do fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões e também do distritão, novo sistema para a contabilização de votos para deputados e vereadores. As propostas devem ser levadas ao plenário da Câmara dos Deputados ainda nesta quarta-feira, 16.

"A crise que estamos enfrentando no Brasil é dramática e já criou muitos problemas para os brasileiros, com 14 milhões de desempregados. E a política, infelizmente, em lugar de ajudar a resolver os problemas está criando mais problemas do que resolvendo. É o que acontece agora com a dita reforma política que cria um fundo eleitoral, principalmente para os grandes partidos, de R$ 3,6 bilhões", disse.

"O que eles estão querendo fazer é institucionalizar o abuso do poder econômico que foi revelado pela operação Lava Jato para continuarem fazendo campanhas milionárias, só que que agora com o dinheiro público, com o dinheiro do contribuinte", afirmou Marina no vídeo.

De acordo com a ex-senadora, que recebeu 22 milhões de votos para presidente em 2014, o distritão também deve ser combatido. "Ele facilita a eleição apenas daqueles que já estão consolidados em uma representação política e dificulta muito a eleição de pessoas e segmentos que têm causas e que dificilmente conseguiriam sozinhos o número de votos suficientes para se eleger. Por isso, é muito importante a sociedade se mobilizar para a aprovação do fundão e do distritão", afirmou.

Aliado de Marina, o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) também tem usado as redes para criticar ambas as propostas de mudança. Segundo o deputado, a criação do fundo vai tornar as campanhas mais caras e ainda trocar o dinheiro privado pelo dinheiro público.

A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, usou o Twitter para pedir aos deputados que desistam do fundo eleitoral com dinheiro público. "Não precisa de bilhões para falar a verdade. Ninguém aguenta mais aquele lenga-lenga das campanhas políticas. Corta esse fundo, aí aparecerão as pessoas que realmente se importam com o Brasil."

Movimentos sociais também intensificaram suas publicações contra o fundo bilionário em análise pelos deputados. O Vem Pra Rua criou uma página na internet com uma espécie de mapa que visa a informar como devem votar os parlamentares.

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