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Marina Silva acredita que protestos podem mudar o Brasil

Ex-candidata à presidência afirmou que onda de manifestações são um "movimento de beleza e grandeza" que tem "potencial para mudar" o país

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva: "o melhor dessa nova situação é o fato de que as pessoas estão assumindo esse papel de ativismo", disse (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 12h47.

São Paulo - A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência Marina Silva qualificou hoje a recente onda de protestos sociais como um "movimento de beleza e grandeza" que tem "potencial para mudar" o país, em discurso no segundo fórum "Efe Café da Manhã".

Marina - que nas eleições presidenciais de 2010 se tornou a terceira força política e a maior independente do país com quase 20% da votação e 19,6 milhões de votos - considerou que o "despertar" do país "era uma questão de tempo".

A ex-candidata lembrou que há poucos anos tinha advertido que a "insatisfação" da população era uma coisa que em qualquer momento "ia passar do virtual para o presencial".

"Lidar com o imprevisível é parte da condição humana e os protestos estavam latentes e a explosão de vozes, de bandeiras, de propostas evidencia que não há satisfação com a forma de representação política", ressaltou Marina.

Para a ex-senadora, "a política não é uma repetição, é um ato singular em cada momento" e citou que ela já foi catalogada por um meio de comunicação como alguém que estava no "ostracismo", por ter alertado sobre a insatisfação popular.

"Estou no ostracismo para o atual modelo político e as manifestações nas ruas não são perigosas, pois 99% são de pessoas que estão aí pacificamente, apresentando bandeiras óbvias: saúde, educação, segurança e mobilidade".

"O melhor dessa nova situação é o fato de que as pessoas estão assumindo esse papel de ativismo", disse Marina, que diferenciou os movimentos populares brasileiros dos que enfrentam os países árabes e europeus.


"Ninguém estava questionando a legitimidade dos que foram escolhidos democraticamente para governar e isso aparta qualquer possibilidade de autoritarismo nestas manifestações", explicou.

Para Marina, a política "é um ato de serviço, o que deve mudar é a agenda, independente de quem esteja no Governo", expressando que a onda de protestos viveu diferentes momentos e fases.

"Primeiro tentaram minimizá-la, depois diminuí-la, depois comandá-la e finalmente, por parte de um certo setor, desqualificá-la", ressaltou.

Em sua exposição durante o ciclo de debates econômicos, sociais e políticos organizado pela Agência Efe, com o apoio do Instituto Cervantes de São Paulo e o patrocínio do Banco Santander Brasil, Silva reafirmou que é contrária à reeleição e defendeu um mandato único de cinco anos.

"Se não houvesse reeleição a presidente Dilma estaria mais envolvida com estes movimentos sociais", disse Marina.

Ao ser questionada por suas mudanças de filiação política, a historiadora e pedagoga justificou: "Sair (de um partido) não é um defeito, pode ser uma virtude".

"Saí do PT e do PV por questões de princípios e propostas e fui convencida a criar um novo partido: a Rede Sustentabilidade (#rede)", especificou Silva, que se definiu como uma "sustentabilista progressista" e não uma política de direita ou esquerda.

O partido conseguiu no tempo recorde de três meses e meio a coleta das 500.000 assinaturas para seu reconhecimento e na atualidade conta com 732 mil apoios.

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Marina - que nas eleições presidenciais de 2010 se tornou a terceira força política e a maior independente do país com quase 20% da votação e 19,6 milhões de votos - considerou que o "despertar" do país "era uma questão de tempo".

A ex-candidata lembrou que há poucos anos tinha advertido que a "insatisfação" da população era uma coisa que em qualquer momento "ia passar do virtual para o presencial".

"Lidar com o imprevisível é parte da condição humana e os protestos estavam latentes e a explosão de vozes, de bandeiras, de propostas evidencia que não há satisfação com a forma de representação política", ressaltou Marina.

Para a ex-senadora, "a política não é uma repetição, é um ato singular em cada momento" e citou que ela já foi catalogada por um meio de comunicação como alguém que estava no "ostracismo", por ter alertado sobre a insatisfação popular.

"Estou no ostracismo para o atual modelo político e as manifestações nas ruas não são perigosas, pois 99% são de pessoas que estão aí pacificamente, apresentando bandeiras óbvias: saúde, educação, segurança e mobilidade".

"O melhor dessa nova situação é o fato de que as pessoas estão assumindo esse papel de ativismo", disse Marina, que diferenciou os movimentos populares brasileiros dos que enfrentam os países árabes e europeus.


"Ninguém estava questionando a legitimidade dos que foram escolhidos democraticamente para governar e isso aparta qualquer possibilidade de autoritarismo nestas manifestações", explicou.

Para Marina, a política "é um ato de serviço, o que deve mudar é a agenda, independente de quem esteja no Governo", expressando que a onda de protestos viveu diferentes momentos e fases.

"Primeiro tentaram minimizá-la, depois diminuí-la, depois comandá-la e finalmente, por parte de um certo setor, desqualificá-la", ressaltou.

Em sua exposição durante o ciclo de debates econômicos, sociais e políticos organizado pela Agência Efe, com o apoio do Instituto Cervantes de São Paulo e o patrocínio do Banco Santander Brasil, Silva reafirmou que é contrária à reeleição e defendeu um mandato único de cinco anos.

"Se não houvesse reeleição a presidente Dilma estaria mais envolvida com estes movimentos sociais", disse Marina.

Ao ser questionada por suas mudanças de filiação política, a historiadora e pedagoga justificou: "Sair (de um partido) não é um defeito, pode ser uma virtude".

"Saí do PT e do PV por questões de princípios e propostas e fui convencida a criar um novo partido: a Rede Sustentabilidade (#rede)", especificou Silva, que se definiu como uma "sustentabilista progressista" e não uma política de direita ou esquerda.

O partido conseguiu no tempo recorde de três meses e meio a coleta das 500.000 assinaturas para seu reconhecimento e na atualidade conta com 732 mil apoios.

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