Marina se defende de apoio a Aécio em 2014 e diz que aprova fim de foro
Tucano é réu em processos por corrupção passiva e obstrução da Justiça no STF; Marina ficou em terceiro lugar nas eleições de 2014
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de abril de 2018 às 20h52.
Última atualização em 19 de abril de 2018 às 21h01.
Em sua segunda viagem à capital mineira em menos de 10 dias, a pré-candidata da Rede Sustentabilidade ao Palácio do Planalto, Marina Silva , se defendeu nesta quinta-feira, 19, do apoio que deu ao senador Aécio Neves ( PSDB -MG), no segundo turno das eleições para o governo federal em 2014.
O tucano é réu em processos por corrupção passiva e obstrução da Justiça no Supremo Tribunal Federal ( STF ). Marina ficou em terceiro lugar nas eleições de 2014, que teve Dilma Rousseff ( PT ) e Aécio no segundo turno. A petista venceu e, em 2016, sofreu impeachment.
"Fui a pessoa que sugeriu que levasse o senador Aécio Neves ao Conselho de Ética do Senado. E defendo que não se tenha dois pesos e duas medidas. Na época em que foi declarado o apoio, ninguém sabia o que o Aécio e a Dilma fizeram. A maioria de vocês aqui (disse, se dirigindo a repórteres) votou em um dos candidatos do segundo turno. Aposto que não sabiam. Se soubessem com certeza não votariam. Então, a mesma coisa fui eu", afirmou.
Marina Silva esteve em Belo Horizonte para encontro com o prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PHS), que tem como vice Paulo Lamac, do mesmo partido da pré-candidato. Sobre a agenda constante na capital do Estado com o segundo maior colégio eleitoral do País, Marina disse que vem desenvolvendo um trabalho na área ambiental com jovens.
A pré-candidata disse ainda ser a favor que se acabe com o foro privilegiado. "Porque a prisão em segunda instância está correta no meu ponto de vista, mas se cria dois pesos e duas medidas quando o foro privilegiado permite que o Renan Calheiros, o Romero Jucá, o Aécio, o Temer, o Padilha fiquem escondidos atrás do foro privilegiado".
Ex-senadora pelo Acre, quando ainda era filiada ao PT, Marina disse que a próxima eleição para presidente da República vai ser muito importante para a História do Brasil.
"Eu tenho insistido: esse é o momento de se fazer uma grande mudança no Brasil, é que se deve apostar na vitória da postura, e não das velhas estruturas. Quem criou o problema não vai resolver o problema", disse.
Marina não quis responder se pretende evitar alianças com partidos que tiveram filiados envolvidos na Operação Lava Jato. "Nós separamos as pessoas. Eu sempre digo que pessoas boas existem em todos os partidos e pessoas ruins existem em todos os partidos. No MDB, por exemplo, o Pedro Simon está me apoiando", afirmou a ex-parlamentar.
Vice ideal
Marina, que também foi ministra do Meio Ambiente no governo de Lula, afirmou que sua candidatura está posta e que brinca quando a questionam se vai ser vice de alguém.
"Foram tantos dando rasteira no titular que parece que estão todos querendo um vice que seja 100% confiável. A minha candidatura é uma realidade que está posta e não depende das demais".
Nos últimos dias surgiram especulações sobre a possibilidade de aliança entre a Rede e o PSB, que tem como pré-candidato o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Em Belo Horizonte, Marina voltou a negar essa possibilidade e disse saudar a "decisão de Joaquim Barbosa de "contribuir com a política".