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Mantega: Brics apoiarão candidato comum ao BM

"Nenhum dos quatro tem uma posição definida ainda. Estamos conversando e vamos tomar uma decisão conjunta", afirmou

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebe o candidato dos EUA à presidência do Banco Mundial, Jim Yong Kim (Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebe o candidato dos EUA à presidência do Banco Mundial, Jim Yong Kim (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h28.

Brasília - Brasil, Rússia, Índia e China, que integram o fórum conhecido como Brics e são as maiores economias emergentes do mundo, negociarão até a próxima segunda-feira seu apoio a um candidato comum à presidência do Banco Mundial (BM), informou nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"O Brasil está conversando com os demais membros do Brics sobre o apoio conjunto a um candidato. Vamos adotar uma posição conjunta sobre a eleição do presidente do Banco Mundial", disse Mantega em entrevista coletiva.

O ministro disse que ainda nesta sexta-feira conversará por telefone com seu colega indiano e que também o fará com os de China e Rússia antes de segunda, quando acontecerá a eleição do novo presidente do Banco Mundial.

"Nenhum dos quatro tem uma posição definida ainda. Estamos conversando e vamos tomar uma decisão conjunta", afirmou.

Mantega não fez menção à África do Sul, o quinto integrante do fórum Brics e que já anunciou seu respaldo à candidatura da ex-ministra de Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala.

Além da nigeriana, os candidatos são o sul-coreano Jim Yong Kim, que tem o apoio dos Estados Unidos, país ao qual emigrou com seus pais quando tinha cinco anos, e o ex-ministro da Fazenda e da Agricultura da Colômbia José Antonio Ocampo.

"Os Brics queremos um candidato que tenha a qualificação técnica para ser presidente do Banco Mundial e que atenda principalmente aos interesses dos emergentes porque o Banco Mundial não é para apoiar os países ricos, mas os pobres", afirmou Mantega.

O ministro disse ainda que os Brics apoiarão o candidato que se comprometer a adotar reformas que deem mais peso à participação dos países emergentes no organismo multilateral.

"As reformas da atual gestão foram pífias. Foram insuficientes. Queremos um candidato que nos dê oportunidade de maior participação na administração do Banco Mundial, que hoje é pequena. Os países emergentes têm poucos diretores, poucos vice-presidentes, e os Brics queremos uma participação maior", disse.

Mantega, que na semana passada se reuniu com Kim e ontem com Ocampo, disse que o Brasil ainda não tem uma posição definida. Sobre o candidato colombiano, declarou que o considera um "excelente" postulante e com as qualificações técnicas necessárias.

"É um candidato muito bom. Já foi ministro da Economia da Colômbia, foi da Cepal e da ONU. O conheço há muito tempo. Tem as qualificações técnicas. É um excelente candidato", disse.

Os Brics querem acabar com a tradição que existe desde 1944, quando foram criados o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), de que Estados Unidos e Europa dividam o comando de ambos os organismos.

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