Manifestantes ocupam a Paulista contra reforma da Previdência
O ato conta com integrantes de diversos movimentos sociais, sindicais e trabalhadores que criticam as medidas propostas pelo governo federal
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de março de 2017 às 17h34.
Última atualização em 15 de março de 2017 às 18h45.
São Paulo - Milhares de manifestantes tomaram as duas pistas da Avenida Paulista na tarde desta quarta-feira, 15. Eles participam de uma manifestação convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Embora a pauta do protesto seja o repúdio às reformas trabalhista e da Previdência , o grito predominante entre os manifestantes é "Fora, Temer".
A expectativa dos organizadores é de que o ato reúna 150 mil pessoas até o início da noite. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado por volta das 19 horas.
Diversos setores da esquerda, entre eles sindicalistas, já defendem publicamente a candidatura de Lula à Presidência em 2018.
Apesar disso, os responsáveis pela manifestação negam que o ato seja um palanque para a pré-campanha do petista.
"Este não é um ato político partidário ou eleitoral mas é lógico que o movimento sindical sempre foi político", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.
"É claro que não tem como dissociar o foco da manifestação do governo Temer, que encaminhou estes projetos de reformas ao Congresso com o objetivo de acabar com a Previdência no Brasil", completou.
As frentes são formadas por dezenas de movimentos sociais e sindicais como MST, Central de Movimentos Populares, MTST, CUT, Conlutas e partidos políticos como PT, PCdoB, PSTU e PSOL.
Segundo Guilherme Boulos, coordenador do MTST, não existe contradição entre o "Fora, Temer" e a pauta contra as reformas.
"O ato também é 'Fora, Temer', 'Diretas Já', estas pautas estão colocadas pelo movimento social. Elas não são contraditórias porque é o governo Michel Temer que está tentando implementar estas reformas", disse Boulos.
A manifestação da Avenida Paulista faz parte de um movimento nacional que inclui outros protestos em 17 Estados e paralisações de trabalhadores de categorias importantes como os metroviários, motoristas de ônibus e professores da rede estadual de São Paulo.
Sindicatos organizaram atos em vários pontos da região central que seguiram em marchas separadas até a Avenida Paulista.
Segundo organizadores, o próximo passo, caso o governo não recue das propostas, é a realização de uma greve geral em escala nacional.
"Hoje a classe trabalhadora deu um recado ao governo. Ou Temer retira os projetos ou faremos uma greve geral", disse Douglas Izzo, presidente da CUT São Paulo. A "greve geral" foi o segundo grito mais entoado pelos manifestantes, depois de "Fora, Temer".