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Manifestantes comemoram abertura de impeachment na Esplanada

Ativistas pró-impeachment gritam, cantam o Hino Nacional e inflam boneco do "Pixuleto"

Clima de torcida de futebol das manifestações nos últimos meses chegou ao seu ápice na noite de hoje (17) (Reuters/Adriano Machado)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 00h12.

O clima de torcida de futebol que se intensificou na política brasileira nos últimos meses chegou ao seu ápice na noite de hoje (17) na Esplanada dos Ministérios. Após o resultado da votação na Câmara dos Deputados , que aprovou a abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff , uma multidão - a maioria vestida de amarelo - explodiu em comemoração.

Eles gritaram, cantaram o Hino Nacional e inflaram um grande boneco do “Pixuleto”, ato que a Secretaria de Segurança do Distrito Federal havia proibido por considerar que seria um ato de provocação aos manifestantes contrários ao impeachment.

"É difícil mensurar o quão importante é esse momento. Cada cidadão presente, se manifestando em prol de um país melhor é um herói nacional", disse o estudante Raphael Kita, um dos coordenadores do Vem Pra Rua, movimento que organizou o ato pró-impeachment na Esplanada. "A gente não aceita a forma como o governo lida com a situação do país hoje. A gente vai se manter vigilante sempre. Não adianta eleger alguém e não saber o que ele está fazendo. Temos sempre que saber o que ele está fazendo, independente de partido, senão o voto é jogado fora."

Pelo telão

Por volta das 23h, quando o voto “sim” do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) contabilizou os 342 suficientes para abrir o processo de impeachment, a Esplanada recebia cerca de 50 mil manifestantes a favor do impedimento, segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Divididos por um muro e observados por 5 mil policiais que fazem a segurança da área, os manifestantes contra e a favor do impeachment acompanharam por telões colocados dos dois lados.

Do lado pró-impeachment, muita vibração a cada "sim" proferido pelos deputados no plenário. A cada voto "não", vaias eram ouvidas. Durante a votação, a multidão estava concentrada, olhando atentamente aos telões.

Se a posição da maioria dos Deputados se repetir no Senado, significará o segundo impeachment de um presidente do Brasil. Agora, o processo será encaminhado ao Senado, para apreciação naquela Casa. Os senadores já começaram as articulações em prol da aceitação ou não do processo de afastamento de Dilma Rousseff.

Mais conscientes

O servidor público Paulo Tanner, 28, participou de todos os grandes atos pelo impeachment. Para ele, as pessoas estão mais conscientes do seu papel na sociedade e das responsabilidades dos governantes. "Acho que o povo finalmente tomou consciência e está indo às ruas contra esse estado de coisas que a esquerda nos colocou. Acho que a luta vai continuar por muitos anos, tirar o PT é só o primeiro passo. A gente precisa de todo um movimento de renovação."

Para Tanner, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que chegou a sofrer manifestações de rejeição do grupo pró-impeachment durante a sessão, sofrerá as sanções necessárias sem necessidade de manifestações semelhantes. "Se o Cunha tem problema na Justiça, ele vai ser investigado. Acho que a saída do Cunha vai se dar de outro modo, por outros motivos, acho que não precisaremos ir às ruas. Se ele estiver devendo, ele vai sair."

Lamentos

Como também é típico de decisões esportivas, enquanto um lado comemora, outro lamenta. Dividida em dois, a Esplanada testemunhou também a frustração dos defensores do mandato de Dilma.

Os apoiadores do governo Dilma Rousseff, que chegou a juntar 26 mil pessoas, segundo a PMDF, se dispersava à medida que o tempo passava. Alguns foram embora antes mesmo do resultado final da votação na Câmara. Um núcleo fiel, no entanto, acompanhou até o final a votação que, segundo eles, se configura um "golpe".

De acordo com determinação da PMDF, o lado considerado "derrotado" terá que deixar a Esplanada antes, para evitar confronto com grupos contrários.

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Eles gritaram, cantaram o Hino Nacional e inflaram um grande boneco do “Pixuleto”, ato que a Secretaria de Segurança do Distrito Federal havia proibido por considerar que seria um ato de provocação aos manifestantes contrários ao impeachment.

"É difícil mensurar o quão importante é esse momento. Cada cidadão presente, se manifestando em prol de um país melhor é um herói nacional", disse o estudante Raphael Kita, um dos coordenadores do Vem Pra Rua, movimento que organizou o ato pró-impeachment na Esplanada. "A gente não aceita a forma como o governo lida com a situação do país hoje. A gente vai se manter vigilante sempre. Não adianta eleger alguém e não saber o que ele está fazendo. Temos sempre que saber o que ele está fazendo, independente de partido, senão o voto é jogado fora."

Pelo telão

Por volta das 23h, quando o voto “sim” do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) contabilizou os 342 suficientes para abrir o processo de impeachment, a Esplanada recebia cerca de 50 mil manifestantes a favor do impedimento, segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Divididos por um muro e observados por 5 mil policiais que fazem a segurança da área, os manifestantes contra e a favor do impeachment acompanharam por telões colocados dos dois lados.

Do lado pró-impeachment, muita vibração a cada "sim" proferido pelos deputados no plenário. A cada voto "não", vaias eram ouvidas. Durante a votação, a multidão estava concentrada, olhando atentamente aos telões.

Se a posição da maioria dos Deputados se repetir no Senado, significará o segundo impeachment de um presidente do Brasil. Agora, o processo será encaminhado ao Senado, para apreciação naquela Casa. Os senadores já começaram as articulações em prol da aceitação ou não do processo de afastamento de Dilma Rousseff.

Mais conscientes

O servidor público Paulo Tanner, 28, participou de todos os grandes atos pelo impeachment. Para ele, as pessoas estão mais conscientes do seu papel na sociedade e das responsabilidades dos governantes. "Acho que o povo finalmente tomou consciência e está indo às ruas contra esse estado de coisas que a esquerda nos colocou. Acho que a luta vai continuar por muitos anos, tirar o PT é só o primeiro passo. A gente precisa de todo um movimento de renovação."

Para Tanner, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que chegou a sofrer manifestações de rejeição do grupo pró-impeachment durante a sessão, sofrerá as sanções necessárias sem necessidade de manifestações semelhantes. "Se o Cunha tem problema na Justiça, ele vai ser investigado. Acho que a saída do Cunha vai se dar de outro modo, por outros motivos, acho que não precisaremos ir às ruas. Se ele estiver devendo, ele vai sair."

Lamentos

Como também é típico de decisões esportivas, enquanto um lado comemora, outro lamenta. Dividida em dois, a Esplanada testemunhou também a frustração dos defensores do mandato de Dilma.

Os apoiadores do governo Dilma Rousseff, que chegou a juntar 26 mil pessoas, segundo a PMDF, se dispersava à medida que o tempo passava. Alguns foram embora antes mesmo do resultado final da votação na Câmara. Um núcleo fiel, no entanto, acompanhou até o final a votação que, segundo eles, se configura um "golpe".

De acordo com determinação da PMDF, o lado considerado "derrotado" terá que deixar a Esplanada antes, para evitar confronto com grupos contrários.

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