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Mané Garrincha: um edital para o elefante branco

ÀS SETE – O estádio, imerso em escândalos de corrupção, terá seu edital para concessão reconhecido nesta quinta-feira

MANÉ GARRINCHA: a partir desta quinta, população poderá conhecer e comentar os termos do edital de concessão do estádio / Wikipedia/Divulgação
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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2017 às 06h24.

Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 07h28.

O edital para concessão do estádio Mané Garrincha, em Brasília, será conhecido nesta quinta-feira. O texto será publicado pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), proprietária do complexo esportivo, para consulta pública, e poderão ser enviados comentários até o dia 16 de dezembro. Após essa etapa, os grupos interessados teriam 45 dias para enviar suas propostas para concorrência.

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O estádio está imerso em escândalos de corrupção. Só na última auditoria do Tribunal de Contas do Distrito Federal, cujo resultado foi divulgado em setembro deste ano, foram constatados o pagamento de serviços não realizados e valores superfaturados, além de problemas estruturais — que somam um prejuízo de 106 milhões de reais aos cofres públicos apenas nesta etapa da investigação.

Foi o estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014. Um relatório da Polícia Federal publicado em agosto deste ano apontou um superfaturamento total de 559 milhões de reais nas obras coordenadas pela empreiteira Andrade Gutierrez, que custaram, ao todo, 1,5 bilhão de reais aos cofres públicos. Dentre os envolvidos no escândalo estão dois ex-governadores, José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB).

O portal Metrópoles teve acesso, com exclusividade, à minuta do edital a ser divulgada nesta quinta. O documento informa que a empresa que vencer a licitação para concessão do estádio precisará desembolsar um investimento inicial de 80 milhões de reais para revitalização não só do estádio, mas do ginásio e do complexo aquático.

A outorga anual à Terracap será de 5 milhões de reais (atualmente, a manutenção custa à agência 8,7 milhões de reais por ano), num contrato de 35 anos, e deve gerar um retorno de 3 bilhões de reais aos cofres públicos em tributos. Se tudo sair conforme o planejado, claro. Resta saber quem se interessará por um estádio caríssimo numa cidade sem time de futebol nas principais divisões do futebol brasileiro.

E também fica a dúvida de quando, e se, o dinheiro desviado retornará.

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