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Malária exige diagnóstico imediato, diz professor

Segundo Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, para reduzir as mortes fora da área endêmica o Brasil precisa agora investir no diagnóstico imediato da doença


	Mosquito Anopheles albimanus, transmissor da malária: registros na região caíram 26%, com mais de 177 mil casos identificados em apenas um ano
 (James Gathany / CDC)

Mosquito Anopheles albimanus, transmissor da malária: registros na região caíram 26%, com mais de 177 mil casos identificados em apenas um ano (James Gathany / CDC)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 20h25.

São Paulo - Após uma década de avanço significativo no combate à malária na região amazônica, para reduzir as mortes fora da área endêmica o Brasil precisa agora investir no diagnóstico imediato da doença. A avaliação é do chefe do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e presidente da Federação Internacional de Medicina Tropical e Malária, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro.

Nesta sexta-feira, 25 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Luta Contra a Malária, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que os países devem avaliar a viabilidade de eliminar a doença. No Brasil, a Amazônia concentra 99,6% dos casos do agravo.

Em apenas um ano, segundo o Portal da Fundação Osvaldo Cruz, os registros na região caíram 26%, com mais de 177 mil casos identificados, em 2013, contra 241 mil, em 2012. A queda no número de mortes foi ainda mais expressiva, chegando a 40%: o total de óbitos passou de 60, em 2012, para 36, em 2013.

Segundo Daniel-Ribeiro, o avanço é resultado da agilidade no diagnóstico. "Quando tratada precocemente, a malária é uma doença de manejo relativamente simples, mas se houver demora ela pode levar à morte. Na região amazônica, cerca de 60% dos casos são identificados nas primeiras 48 horas de infecção", explica o imunologista.

Em contrapartida, no restante do país, apenas 19% dos casos da doença são identificados nesse prazo. Com isso, o risco de morte é 80 vezes maior do que na área endêmica. Apenas no ano passado, houve 736 registros da infecção em locais fora da Amazônia. De acordo com o especialista, o número de casos é baixo em comparação com outras infecções com sintomas semelhantes, como a dengue.

"Mesmo assim, a taxa de mortalidade é um inaceitável tratando-se de uma doença que sabemos prevenir, diagnosticar e tratar. O médico precisa pensar na possibilidade de malária quando encontra um paciente com febre que esteve em uma região onde há circulação do parasito e transmissão da doença. Divulgar informação para profissionais de saúde e leigos fora da área endêmica é fundamental", avalia.

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