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Major Olímpio defende Bebianno e considera demissão injusta

Deputada Janaína Paschoal considera "inadequada" demora de Bolsonaro em decidir sobre demissão ou não do secretário

Bebianno: Secretário-geral é centro de crise política no início da gestão Bolsonaro (José Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 17h21.

São Paulo - O senador Major Olímpio (PSL-SP), presidente do partido no Estado de São Paulo, afirmou nesta segunda-feira, 18, que torce pela permanência de Gustavo Bebianno no posto de secretário-geral da Presidência da República e considera injusta uma possível demissão.

"Estamos enxergando o óbvio neste momento. Pelo episódio em que foram colocadas eventuais prestações de contas e licitações de recursos em Pernambuco, a demissão do Bebianno seria uma coisa absolutamente injusta", disse o senador a jornalistas, depois de participar de almoço na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Eu continuo torcendo para que a decisão (do presidente Jair Bolsonaro) seja de permanência, mas é um cargo de confiança, a decisão é dele", afirmou.

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Questionado sobre a atuação dos filhos de Bolsonaro no caso, Olímpio disse que "quem é filho e parlamentar faz a sua condução parlamentar e o papel de filho é ser carinhoso em todas as circunstâncias". E acrescentou: "É preciso fazer uma modulação para não haver equívoco em relação a esses papéis."

O senador disse ainda que não conversou com o presidente da República sobre o assunto, apenas mandou uma mensagem se colocando à disposição para ajudar. Afirmou que falou com Bebianno e aconselhou "serenidade".

Janaína Paschoal

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) também considera "inadequada" a demora do presidente Jair Bolsonaro em tomar uma decisão a respeito da demissão ou não de Gustavo Bebianno do cargo de secretário-geral da Presidência da República.

"É inadequado que o presidente deixe essa situação se estender por tanto tempo. Decidiu demitir, demite, pra gerar um pouco mais de estabilidade para o País", disse a jornalistas, após participar de almoço da bancada paulista do partido com a Fiesp. "Porque (se tomar a decisão de forma rápida) não fica essa situação desconfortável para todas as partes e de insegurança para o País", disse.

Janaina evitou afirmar se é a favor ou não da demissão, argumentando que essa não é uma decisão que cabe a ela. No entanto, quis ressaltar, "para ser justa", que Bebianno, enquanto presidente do partido, não tem controle de como o dinheiro do partido é distribuído na ponta final, em referência ao caso de candidatas laranjas.

"Do ponto de vista de uma ilicitude, eu não vejo uma responsabilidade dele. A responsabilidade da assinatura todo gestor tem. Pelo que venho à tona não tem ilicitude, então não justifica muito (a demissão)", disse. "Eu atribuo esse episódio mais a uma questão pessoal do Bebianno com o presidente".

Para ela, parece haver um desgaste na relação dos dois. "Aparentemente não há mais confiança. Ele não está saindo ou vai sair por um caso de ilicitude, mas por perda de confiança", afirmou. A deputada disse também que não acredita que haja um movimento de migração da família Bolsonaro para um novo partido que está sendo criado com a sigla UDN (União Democrática Nacional). "Eu estive com o Eduardo (Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de São Paulo) e ele me disse que não existe isso", afirmou. "Se há, eu não estou sabendo", acrescentou. Para Janaina, o ideal seria que o Brasil permitisse a candidatura avulsa, sem necessidade de vinculação partidária.

Reforma

Olímpio afirmou que a possível saída de Bebianno não deve alterar o cenário para aprovação de reformas, como a da Previdência, e o pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

"A substituição ou não de um ministro não vai modificar em absolutamente nada a correlação de forças, na necessidade e na abrangência dessas reformas", disse Olímpio. "As causas e necessidades do País são muito maiores do que substituir um ministro ou não. O governo não pode perder o seu alinhamento com o seu projeto de recuperação do País."

Na visão de Olímpio, o momento agora é de "apaziguar".

Ele disse também que é "uníssono" entre parlamentares do PSL o desejo de "serenar".

O senador negou também que haja movimento de migração para um novo partido que será criado com a sigla UDN (União Democrática Nacional), a mesma liderada por Carlos Lacerda no período democrático anterior à ditadura militar. "O que precisamos no partido é de união e não de união democrática nacionalista, só união, o democrática nacionalista nós estamos dispensando, literalmente", disse.

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