Exame Logo

Mais impostos?; Fed sobe juros…

Mais impostos? O governo estuda aumentar PIS e Cofins que incidem sobre gasolina e diesel para ajudar no cumprimento da meta fiscal de 2017, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A estimativa é de um aumento de 3 bilhões de reais na arrecadação anual. O presidente Michel Temer prometeu não aumentar tributos, mas […]

AVENIDA PAULISTA: manifestantes contra a reforma da Previdência concentrados em frente ao Masp / Miguel Schincariol/AFP
DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2017 às 06h28.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h14.

Mais impostos?

O governo estuda aumentar PIS e Cofins que incidem sobre gasolina e diesel para ajudar no cumprimento da meta fiscal de 2017, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A estimativa é de um aumento de 3 bilhões de reais na arrecadação anual. O presidente Michel Temer prometeu não aumentar tributos, mas a cresce a visão entre a equipe econômica que a medida pode ser inevitável, já que o governo precisa de 40 bilhões de reais para fechar o orçamento dentro da meta de déficit de 139 bilhões para 2017. Em outra frente, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da Cofins, numa decisão que pode custar 100 bilhões de reais ao governo para cobrir as contas dos últimos 20 anos.

Veja também

Dia de protestos

A quarta-feira foi marcada pela primeira grande onda de protestos Brasil afora contra a reforma da Previdência. Pelo menos 19 capitais registraram atos, que miraram ainda as reformas trabalhista e do ensino médio e a ampliação da terceirização do trabalho. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), principal entidade envolvida na organização dos protestos, “o movimento surpreendeu em todo o país”. Os maiores impactos foram sentidos em São Paulo, onde a paralisação dos ônibus e de parte do metrô deixou milhões de pessoas sem transporte no início da manhã. À noite, uma manifestação na Avenida Paulista teve discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Governo responde

Sem citar os protestos, o presidente Michel Temer intensificou o discurso em defesa da reforma num evento com servidores e empresários. “Nós apresentamos um caminho para salvar a Previdência do colapso, para salvar os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se aposentarão amanhã. Quem tem direito adquirido, ainda que esteja no trabalho, não vai perder nada do que tem. Mas é prevenir o Brasil do futuro”, afirmou. O presidente disse ainda que não adianta fazer uma proposta modesta, que terá de ser refeita em quatro anos, “como em Portugal, Espanha e Grécia”. O governo pretende, ainda nesta semana, veicular campanhas televisivas e nas redes sociais para rebater o discurso dos opositores à reforma.

Anistia ao caixa dois

Com o clima de pânico no Congresso por causa da iminente divulgação dos nomes da lista de Janot, um projeto de lei que anistia o caixa dois de campanha pode ser pautado na Câmara, contanto que “seja feito com nome, sobrenome e endereço fixo”, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado afirma que qualquer tema pode ser pautado, mas deve ter um parlamentar que aceite assinar o projeto, independentemente das repercussões negativas na opinião pública. “Da forma como se tentou no ano passado, é difícil”, diz.

Padilha investigado

O ministro Ricardo Lewandowski autorizou a abertura de inquérito contra o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, em uma acusação de crime ambiental. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu investigação contra a construção de um canal de drenagem no Balneário Dunas Altas, no Rio Grande do Sul, em área de preservação pertencente à União por uma empresa da qual Padilha seria sócio. A pena prevista para esse crime é de um a três anos de prisão e/ou multa. A área é uma famosa região de interesse de empresas de energia.

De negativa para estável

Em uma revisão, a agência de classificação de risco Moody’s manteve o rating do Brasil em Ba2, dois níveis abaixo do grau de investimento, mas elevou a perspectiva da nota de negativa para estável. A agência afirma que a economia brasileira dá sinais de recuperação, com melhora da perspectiva fiscal e inflação em queda. A Moody’s afirma que vê também um restabelecimento da força das instituições e uma diminuição dos riscos de empresas estatais.

Derrota do Trump holandês

As eleições parlamentares da Holanda foram vencidas pelo atual primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, do centro-liberal Partido Popular pela Liberdade e a Democracia (VVD). O principal concorrente de Rutte era o candidato de extrema-direita, Geert Wilders, do Partido pela Liberdade (PVV) — frequentemente comparado ao presidente americano Donald Trump, por prometer proibir o acesso de imigrantes muçulmanos ao país e fechar mesquitas. Após votar pela manhã, Rutte disse que uma “grande democracia” como a Holanda tem chance de “levantar sua voz” contra “esse tipo errado de populismo”. Outro que saiu fortalecido do pleito foi o Partido-Verde, de centro-esquerda, que deve passar das atuais 4 para 16 cadeiras.

Fed sobe juros

O conselho do Fed, banco central americano, decidiu aumentar a taxa de juro do país pela segunda vez nos últimos três meses. Com a decisão, os juros ficam entre 0,75% e 1% — antes ficavam entre 0,5% e 0,75%. Esse é o primeiro dos três aumentos planejados para 2017. O Fed justificou a decisão pelos bons números do mercado de trabalho — que tem desemprego abaixo de 5%, próximo do chamado “emprego pleno” — e da inflação em 2,7%, um pouco acima da meta de 2%. Em comunicado, a instituição disse acreditar que a atividade econômica dos Estados Unidos vai continuar avançando num “ritmo moderado”. A notícia de que os juros americanos não subirão acima do estimado pelo mercado fez o dólar cair para 3,11 reais e a bolsa brasileira subir 2,37%

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame