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Mais de 300 mil imóveis permanecem sem energia em SP após temporal

Milhares de imóveis estão sem energia após temporal, afetando escolas, hospitais e o abastecimento de água na Grande São Paulo

Chuva da última sexta-feira, 11, ainda causa problemas na cidade de São Paulo. (Ronaldo Lesiv/Divulgação)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 06h01.

Após mais de 72 horas do temporal que atingiu a região metropolitana de São Paulo,aproximadamente 338 mil imóveis permanecem sem energia elétrica. Segundo a Enel Distribuição SP, a situação é crítica e afeta diversos serviços essenciais. Até a noite desta segunda-feira, 14, a concessionária não detalhou a distribuição dos clientes sem energia entre a capital e outras cidades da região.

O temporal, ocorrido na sexta-feira, 11, causou grandes danos à infraestrutura elétrica e resultou na morte de sete pessoas em São Paulo e em municípios do interior. De acordo com a Defesa Civil, entre as vítimas estão moradores de Bauru, São Paulo, Diadema e Cotia, atingidos por quedas de muros e árvores.

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A Prefeitura de São Paulo relatou 386 ocorrências de quedas de árvores na cidade. Destas,75 ainda aguardam a intervenção da Enel para que as equipes municipais possam iniciar a remoção. Além disso, a Secretaria Estadual de Educação informou que 150 escolas foram afetadas, com 68 delas ainda sem energia elétrica. O impacto levou ao cancelamento das aulas nesta terça-feira, 15, em razão do Dia do Professor, com previsão de retomada na quarta-feira, 16, nas unidades onde o fornecimento for restabelecido.

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Enel promete restabelecimento total em três dias

Em acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aEnel comprometeu-se a restabelecer a energia para todos os clientes em até três dias. Para garantir que o cronograma seja cumprido, a concessionária mobilizou uma força-tarefa, que conta com o apoio de outras empresas do setor elétrico, incluindo CPFL, EDP e Light. O número de profissionais envolvidos na operação foi ampliado de 1.400 para 2.900, com o apoio de mais de 200 caminhões.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou a Enel pela falta de transparência sobre o prazo de normalização dos serviços. Em coletiva realizada em São Paulo, o ministro afirmou que a empresa cometeu erros ao não fornecer uma previsão exata à população e ressaltou que espera que os casos mais graves sejam resolvidos dentro de três dias.

Para auxiliar no atendimento a clientes com necessidades urgentes, como hospitais, a Enel disponibilizou 500 geradores, sendo 40 de grande porte, e utiliza helicópteros para monitorar as linhas de transmissão. A concessionária também recomendou o uso de canais alternativos para contato, como SMS, site e WhatsApp, devido ao aumento na demanda por atendimento.

Falta de energia afeta abastecimento de água

A falta de energia elétrica afeta também o abastecimento de água em várias áreas da Grande São Paulo. Segundo a Sabesp, a interrupção de energia compromete o funcionamento de estações elevatórias e boosters, prejudicando a distribuição de água.Entre as regiões afetadas estão bairros da capital, como Americanópolis, Capão Redondo e Jardim Peri, e municípios da Grande São Paulo, como Cotia, Santo André, Embu das Artes e Mauá.

Em nota, a Sabesp informou que, até que o fornecimento de energia seja totalmente restabelecido, os serviços de abastecimento de água permanecerão comprometidos. A população é orientada a economizar água e a acompanhar atualizações sobre o retorno da normalidade.

As dificuldades enfrentadas pela Enel foram intensificadas pela alta demanda por atendimento. A empresa relatou ter recebido mais de um milhão de chamados desde a noite do temporal. Os esforços de comunicação com os consumidores foram intensificados para assegurar que os afetados possam registrar seus problemas e obter informações sobre o restabelecimento do serviço.

Impacto da tempestade na Grande São Paulo

A tempestade de sexta-feira trouxe ventos de até 107,6 km/h, causando extensos danos à infraestrutura urbana. Moradores de diversas cidades relataram dificuldades para acionar a Enel e buscar informações sobre o retorno da energia elétrica. A empresa destacou que tem ampliado sua capacidade de atendimento e reforçou os canais de comunicação.

Além das fatalidades registradas, a falta de energia e os danos causados pela tempestade resultaram em impactos significativos na mobilidade e na segurança dos moradores da região metropolitana. O poder público e a concessionária seguem mobilizados para mitigar os prejuízos e garantir a normalização dos serviços essenciais, enquanto aguardam o avanço dos reparos na rede elétrica e o fim do apagão em áreas ainda afetadas.

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