Pane grave ocorrida nas máquinas da térmica Suape 2, instalada em Cabo de Santo Agostinho, no Estado de Pernambuco, paralisou praticamente toda a unidade (Divulgação / EXAME)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 10h51.
Brasília - No momento em que o governo precisa do máximo de energia térmica para poupar os reservatórios das hidrelétricas, a maior usina do País movida a óleo saiu do ar.
Uma pane grave ocorrida nas máquinas da térmica Suape 2, instalada em Cabo de Santo Agostinho, no Estado de Pernambuco, paralisou praticamente toda a unidade.
Com capacidade instalada de 381,2 megawatts, suficiente para atender quase 2 milhões de residências, a usina térmica vinha trabalhando próxima de sua carga máxima por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Desde A terça-feira, 13, porém, Suape 2 tem gerado somente 22 megawatts, com apenas uma das suas 17 máquinas em operação.
Essa redução de 360 megawatts equivale à metade de toda a energia que o ONS tem deixado de acionar do parque térmico nacional por causa de paralisações de manutenção das máquinas.
Perguntas
O jornal O Estado de S. Paulo questionou a Petrobrás sobre a paralisação da usina. A estatal reencaminhou as perguntas à Suape Energia, sociedade em que atua ao lado da Savana SPE Incorporadora, empresa controlada por Carlos Mansur.
A empresa informou que "avarias graves" tiraram de operação 3 das 17 máquinas de Suape 2. As panes, ocorridas em novembro, dezembro e janeiro, levaram a uma "ordem de parada" emitida pela finlandesa Wartsila, responsável pelo projeto, construção, montagem, operação e manutenção da térmica.
"Com a parada das máquinas, os motores da usina estão agora passando por detalhada inspeção, com eventual troca de alguns componentes, com o objetivo de se evitar a repetição daquelas avarias", declarou a empresa.
Cronograma
Não se trata de problemas simples de serem resolvidos. O cronograma fornecido pela Wartsila, segundo a Suape Energia, aponta que a retomada plena das 17 turbinas só será possível a partir de abril.
Até o fim deste mês, a empresa espera que ao menos cinco motores voltem à operação comercial.
As máquinas usadas em Suape 2 estão em atividade desde janeiro de 2013. O consórcio negou que a causa das panes esteja relacionada ao uso intensivo das turbinas. "O atual nível de despacho da usina sempre foi uma condição possível", informou a empresa.
Mansur
Instalada no Porto de Suape, a usina tem 100% de sua energia vendida para 35 distribuidoras em diversas regiões do País. A planta pertence à Petrobrás, que detém 20% de participação, e ao empresário Carlos Mansur, dono dos demais 80%.
Dono do Banco Industrial do Brasil (BIB), Mansur adquiriu o controle acionário em janeiro de 2013, quando Suape 2 entrou em operação.
A fatia de 80% pertencia ao grupo Bertin, empresa que teve de devolver diversas concessões de térmicas em razão de complicações financeiras.
A geração térmica tem respondido por quase 22% do consumo diário de energia elétrica em todo o País. Essas usinas somam uma capacidade total instalada de 22 mil megawatts mas na prática apenas 16 mil megawatts costumam ser efetivamente utilizados, já que restrições operacionais e manutenções afetam diariamente cerca de 5 mil a 6 mil megawatts. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.