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Maior reservatório do agreste pernambucano entra em colapso

Agora, dez dos 11 municípios atualmente atendidos por Jucazinho receberão água exclusivamente por carros-pipa

Seca: desde 2013 a vazão e a retirada de água da Barragem de Jucazinho vêm sendo monitoradas por hidrólogos do Banco Mundial, no âmbito do programa Monitor de Secas (Reprodução / YouTube)
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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2016 às 13h27.

 Recife - O maior reservatório de <a href="https://exame.com.br/topicos/agua"><strong>água</strong></a> do agreste de <a href="https://exame.com.br/topicos/pernambuco"><strong>Pernambuco</strong></a> entrou em colapso ontem (27). Depois de operar por dez meses com o volume morto, o nível de água na Barragem de Jucazinho, no município de Surubim, atingiu 0,01% da capacidade e, segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), não oferece mais condições de captação da água para abastecimento humano.</p> 

De acordo com a Compesa, a falta de chuva na região levou ao colapso da barragem. Já são seis anos de estiagem prolongada. Quando operava normalmente, o manancial chegou a atender 15 cidades.

Sua capacidade é de 327 milhões de metros cúbicos de água – é o maior reservatório operado pela companhia.

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Agora, dez dos 11 municípios atualmente atendidos por Jucazinho receberão água exclusivamente por carros-pipa: Toritama, Vertentes, Vertente do Lério, Santa Maria do Cambucá, Casinhas, Passira, Cumaru, Riacho das Almas, Salgadinho e Frei Miguelinho. Cerca de 200 mil pessoas serão afetadas.

A cidade de Surumbim, que também integra Jucazinho, será atendida por uma antiga adutora de 30 quilômetros de extensão que foi reformada emergencialmente.

A adutora de Surubim capta água a partir da Barragem de Pedra Fina, em Bom Jardim. O reservatório opera atualmente com 80% de sua capacidade total.

Está previsto no planejamento que as cidades de Toritama, Vertentes, Vertentes do Lério e Maria do Cumbucá também recebam água de Pedra Fina, mas o prazo para que isso ocorra não foi divulgado.

Outros três municípios já tinham sido desligados do sistema em setembro de 2015, por terem outras fontes de abastecimento: Caruaru, Bezerros e Gravatá.

Em novembro do mesmo ano a Compesa passou a explorar o volume morto da barragem, quando atingiu o seu pior índice desde a inauguração, chegando a 2,18% da sua capacidade.

Em julho, Santa Cruz do Capibaribe também saiu da relação de municípios atendidos por Jucazinho, quando passou a ser atendida pelo Sistema do Prata.

Segundo nota enviada pela assessoria de comunicação da Compesa, desde 2013 a vazão e a retirada de água da Barragem de Jucazinho vêm sendo monitoradas por hidrólogos do Banco Mundial, no âmbito do programa Monitor de Secas.

O diretor Regional do interior, Marconi de Azevedo atribuiu o colapso à seca prolongada: “Sempre respeitamos as vazões recomendadas, tirando até menos do que era permitido, a fim de preservar Jucazinho”.

A Compesa também argumenta, na nota, que a Adutora do Agreste resolveria o problema da região. A estrutura vai usar água do Rio São Francisco para atender 68 municípios e mais de 80 distritos a partir do Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco.

O órgão atribui ao governo federal a responsabilidade pelo atraso das obras – praticamente paradas desde 2015 –, por não repassar os recursos necessários. Já foram investidos mais de R$ 500 milhões na adutora. Ainda restam mais R$ 700 milhões para acabar a primeira etapa do projeto.

Enquanto isso, outra obra realizada pelo Estado com R$ 60 milhões do Banco Mundial procura atender Toritama, o maior dos municípios afetados por Jucazinho, a partir de janeiro de 2017.

A Adutora de Pirangi levará água da Mata Sul para o Agreste, beneficiando Caruaru e outras cidades do entorno que já são atendidas pelo Sistema do Prata. A ligação de Toritama com o sistema será feito por uma parte da Adutora do Agreste.

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