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Maia se reúne com Bolsonaro e defende retomada do diálogo

Presidente da Câmara afirmou ainda que demorou para responder o convite para encontro com Bolsonaro, mas disse que sua obrigação é manter diálogo

Rodrigo Maia: "Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência" (Adriano Machado/Reuters)

Rodrigo Maia: "Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de maio de 2020 às 17h47.

Última atualização em 14 de maio de 2020 às 17h54.

Em encontro no Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira, 14, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao presidente Jair Bolsonaro, que eles precisam "encontrar pontos que os unem".

Essa foi a primeira vez que os dois se encontraram pessoalmente após um longo período de confronto entre eles, com trocas públicas de farpas e com a participação reincidente de Bolsonaro em manifestações antidemocráticas e que contra Maia.

"O Presidente da República desceu e me convidou para conversar e tomar um café. Aceitei, claro. Conversamos sobre o momento como cada um vem encarando essa crise. O que eu disse a ele é que deveríamos encontrar os pontos que nos unem. Claro que todos têm o mesmo objetivo que é que o Brasil consiga enfrentar a crise, mas também olhar o pós pandemia", afirmou Maia em coletiva de imprensa logo após o encontro que durou menos de uma hora.

O encontro foi articulado pelos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Braga Netto (Casa Civil), a pedido de Bolsonaro, com o intuito de promover uma reaproximação entre os poderes, segundo fontes.

Maia deixou a sessão da Câmara realizada nesta tarde, e seguiu para o segundo andar do Palácio do Planalto para visitar o Centro de Operações da Casa, comandado por Braga Netto. Na sequência, foi para o terceiro andar, onde fica o gabinete do presidente da República.

"Deveríamos fazer esse debate em conjunto olhando o que temos de convergência", disse Maia sobre a conversa com Bolsonaro.

Maia afirmou ainda que demorou algumas semanas para responder o convite para o encontro com Bolsonaro, mas disse que sua obrigação, como presidente da Câmara, era manter o diálogo. "Foi esse o objetivo, mostrar que queremos soluções para os problemas dos brasileiros", disse. "Conflitos, brigas geram insegurança e perda da confiança da sociedade", afirmou.

Maia disse que falou para Bolsonaro sobre a pressão que há na Câmara para o adiamento do calendário do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e disse que o presidente se mostrou "sensível" ao tema. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é contra a mudança na data do exame.

Maia falou ainda sobre a reformas. "Reforma administrativa com relação dívida/PIB acima de 75% é outra reforma", disse. "Se o Brasil crescer 1% a 2% após crise, custo da dívida será muito ruim", afirmou.

Relação entre presidências

Maia respondeu não ter tratado com o presidente Jair Bolsonaro, no encontro desta quinta-feira, sobre a aproximação do governo com os partidos do Centrão. "Não tratei dos partidos. Tratei da relação da Presidência da Câmara com o presidente da República. Nós queremos gerar convergência", disse.

Maia não quis comentar sobre as críticas de Bolsonaro a ele. "Vamos construir caminhos para sair da crise. Não vou responder" disse.

Em vídeo divulgado pela comunicação da Secretaria de Governo, Bolsonaro, sem máscara, encontra Maia, que faz uso da máscara, no corredor do terceiro andar do Palácio do Planalto. O deputado tenta cumprimentar o chefe do Executivo com o cotovelo, mas é puxado para um abraço. Ramos e Braga Netto, ambos sem máscaras, aparecem na imagem. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também chega, sem máscara, e cumprimenta Maia com o cotovelo.

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