Maia e OAS; Pezão cassado…
O artigo de Cunha Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, o ex-deputado Eduardo Cunha critica o juiz Sergio Moro e afirma que está preso por “um decreto injusto”. “Não houve qualquer fato novo pra ensejar uma prisão, salvo a necessidade de me manter como troféu”. “Ninguém questiona a existência de um criminoso […]
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 05h23.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.
O artigo de Cunha
Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, o ex-deputado Eduardo Cunha critica o juiz Sergio Moro e afirma que está preso por “um decreto injusto”. “Não houve qualquer fato novo pra ensejar uma prisão, salvo a necessidade de me manter como troféu”. “Ninguém questiona a existência de um criminoso esquema de corrupção; punições devem ocorrer, mas observando o devido processo legal”, afirma. Cunha diz que é por casos como o dele que 41% dos presos no Brasil são provisórios, e diz que, assim como sua prisão, não podem ocorrer fatos como o “espetáculo deprimente da denúncia contra o ex-presidente Lula”. Ontem, o presídio em que Cunha está detido afirmou que o ex-deputado se recusa a passar por exame para confirmar que sofre de aneurisma, como afirmou em depoimento a Moro na terça-feira. Cunha, por sua vez, apresentou um laudo próprio, que mostraria que foi diagnosticado em 2015.
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PF: indícios contra Maia
Reportagem do Jornal Nacional revelou ontem que a Polícia Federal apontou indícios de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prestou favores à empreiteira OAS em troca de doações eleitorais. A PF vê indícios de corrupção e lavagem de dinheiro. A base das denúncias foram mensagens de celular trocadas entre Maia e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. As mensagens, segundo a PF, mostram Maia e Pinheiro conversando sobre doações e sobre emendas a medidas provisórias. A Procuradoria-Geral da República vai definir se abre ou não uma denúncia contra o deputado.
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ES: exército no comando
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, autorizou o envio de mais 550 homens das Forças Armadas e de 100 homens da Força Nacional para o Espírito Santo, atendendo a um pedido do governador em exercício, César Colnago (PSDB). No total, serão 1.850 militares federais fazendo a segurança no estado. Até 16 de fevereiro, o controle da segurança estadual está sob o comando do general de Brigada Adilson Carlos Katibe. Nesta quarta-feira, a Polícia Civil do Espírito Santo decidiu paralisar suas atividades até a meia-noite. Desde que a Polícia Militar parou de fazer o patrulhamento nas ruas, há cinco dias, em protesto contra a falta de reajuste salarial, 95 pessoas foram assassinadas e centenas de estabelecimentos comerciais foram saqueados. O governador licenciado, Paulo Hartung (PMDB), afirmou que o estado foi “sequestrado” pelos policiais.
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Moreira Franco impedido
O juiz federal Eduardo Rocha Penteado, da Justiça Federal do Distrito Federal, suspendeu liminarmente nesta quarta-feira a nomeação de Moreira Franco ao cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência do governo Michel Temer. O magistrado comparou a posse a uma manobra semelhante usada por Dilma Rousseff ao nomear Lula para ministro-chefe da Casa Civil, caso em que se suspeita de desvio de finalidade para lhe dar foro privilegiado quando era investigado pela Operação Lava-Jato — ontem, o ex-presidente Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal que corrija o “erro histórico” e o reconheça como ministro. “Sua nomeação como ministro de Estado ocorreu apenas três dias após a homologação das delações, o que implicará na mudança de foro”, diz o juiz.
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Pezão cassado
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio cassou, nesta quarta-feira, o mandato da chapa do governador Luiz Fernando Pezão e do vice Francisco Dornelles, e determinou eleições diretas no estado. Por 3 votos a 2, o tribunal considerou os argumentos do Ministério Público em ação que trata da produção de material irregular de campanha, sem prestação de contas. Os gastos omitidos chegam a 10 milhões de reais, segundo a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. O governador não será afastado do cargo enquanto estiver recorrendo ao Tribunal Superior Eleitoral.
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Lobão na CCJ
O senador Edison Lobão (PMDB-MA) será o novo presidente da CCJ do Senado. Lobão é investigado na Lava-Jato e vai presidir o colegiado que sabatinará Alexandre de Moraes. Lobão, que é apadrinhado de José Sarney, disse que não há constrangimento em sabatinar seu futuro julgador. “Os objetos de investigação contra mim foram arquivados, a pedido do Ministério Público, da Polícia Federal e por decisão do ministro Teori”, disse Lobão. Embora tenha sido escolhido por unanimidade dentro do PMDB, o partido teve uma disputa interna pelo cargo. Marta Suplicy (SP) e Raimundo Lira (PB) retiraram suas candidaturas, mas houve certo constrangimento interno.
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Inflação no chão
Segundo dados do IPCA de janeiro, o ano de 2017 começou bem: a inflação medida pelo índice oficial ficou em 0,38% no mês de janeiro, o menor patamar da série histórica, iniciada em dezembro de 1979. Em 2016, o IPCA foi de 1,27%. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação foi de 5,35%, ante os 6,29% registrados, e já se aproxima do teto da meta do Banco Central, de 4,5%. O IPCA do mês foi afetado principalmente pela alta no valor do transporte público e dos alimentos. Segundo o IBGE, que mede o IPCA, o cenário de desemprego alto e de recessão econômica ainda tem forte influência sobre a queda da inflação. “Ainda há pouco dinheiro circulando. O desemprego e o endividamento ainda estão muito altos, e são fatores inibidores do consumo e da inflação”, afirmou a economista Eulina Nunes dos Santos, do IBGE.
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Edemir otimista
Otimista, o presidente da bolsa, Edemir Pinto, disse durante a cerimônia de abertura do capital da Movida que a chegada da companhia à bolsa marca a retomada da economia do país. “Não há um país forte sem um mercado de capitais forte. O crescimento futuro das empresas brasileiras vai passar por essa bolsa.” Pinto disse que, além da Movida, sua concorrente Unidas e o laboratório Hermes Pardini — que devem chegar à bolsa na próxima semana — mais 17 companhias devem movimentar a bolsa neste ano. O número engloba tanto ofertas iniciais de ações quanto ofertas de companhias já listadas. Ao todo, estima Pinto, essas negociações devem movimentar 25 bilhões de reais. No fim do ano passado, Pinto concedeu entrevistas dizendo que esperava 25 IPOs em 2017.
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Odebrecht: propina colombiana
A procuradoria-geral da Colômbia pediu que a Justiça investigue se o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, recebeu até 1 milhão de dólares da construtora Odebrecht em sua campanha para a Presidência em 2014. A empresa pagou 4,6 bilhões de dólares ao ex-senador Otto Bula Bula, e parte desse dinheiro pode ter sido desviado para a campanha de Santos. Procuradores dos Estados Unidos acusam a Odebrecht de ter pago centenas de milhões de dólares em propina para financiar projetos políticos em 12 países.
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Netflix no mundo real
O serviço de streaming Netflix quer aumentar seus lucros lançando brinquedos, livros e outros produtos baseados nos programas que exibe. A empresa anunciou em seu site uma vaga para contratar um executivo que possa gerenciar a entrada nesse mercado e diz que quer “mercadorias licenciadas para ajudar a promover nossos títulos”. Um levantamento da consultoria Economatica mostra que o valor da companhia teve alta de 70% na Nasdaq e aumentou 25 bilhões de dólares em 12 meses, chegando a 60,67 bilhões. A empresa encerrou o ano com mais de 90 milhões de usuários.