Brasil

Maia critica Temer em resposta à assédio do PMDB a deputado

O presidente da Câmara se irritou após o partido de Temer tentar filiar o deputado Marinaldo Rosendo, que negocia ida ao DEM, para o PMDB

Marinaldo: o deputado negocia filiação com o DEM (Marinaldo Rosendo/Facebook/Divulgação)

Marinaldo: o deputado negocia filiação com o DEM (Marinaldo Rosendo/Facebook/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 06h40.

Brasília - A gota d'água para as duras críticas disparadas na noite desta quarta-feira, 20, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra o presidente Michel Temer e o PMDB foi o assédio peemedebista a um deputado do PSB de Pernambuco que negocia migração para o DEM, apurou o Broadcast Político com a cúpula dos democratas.

De acordo com dois influentes parlamentares do DEM, o presidente da Câmara se irritou profundamente ao tomar conhecimento no fim da tarde desta quarta-feira que integrantes da direção do PMDB teriam convidado o deputado Marinaldo Rosendo (PSB-PE) para se filiar ao partido, mesmo sabendo que o político pernambucano vinha negociando com o DEM.

A irritação de Maia e integrantes da cúpula do DEM com o PMDB vem desde julho, quando Temer foi à casa da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), e convidou pessebistas dissidentes para se filiarem ao PMDB.

O mal-estar aumentou no início de setembro, após o PMDB filiar o senador Fernando Bezerra (PE), que também vinha negociando com o DEM.

Irritado com a postura do PMDB, o presidente da Câmara disparou críticas e convidou deputados do PSB para um encontro nesta quinta-feira, 21, para tratar do assunto.

"Quando a gente faz um acordo, tem que cumprir a palavra. A coisa mais importante da política é a palavra. Eu já avisei o presidente, isso causou muito desconforto dentro da bancada", disse Maia em entrevista à imprensa.

Ele se referia ao episódio, durante a tramitação da primeira denúncia contra Temer na Câmara, em que o peemedebista teve um encontro com integrantes da cúpula do PSB. Na época, segundo Maia, Temer foi a um jantar em sua casa negar que o PMDB estivesse fazendo uma ofensiva no PSB.

O deputado destacou ainda que o fato de os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) terem participado do ato de filiação de Bezerra mostra que há uma "digital" do governo na iniciativa.

"Isso é muito grave. A gente não pode ficar levando facada nas costas do PMDB, principalmente de ministros do Palácio e do presidente do PMDB (o senador Romero Jucá)", criticou.

Mais cedo, em entrevista ao Broadcast, Maia pediu que o Planalto seja mais "respeitoso" com ele durante a tramitação na Casa da segunda denúncia contra Temer.

"Vou conduzir esse processo como conduzi o primeiro, apesar de muita intriga, muito fogo amigo na primeira (denúncia). Espero que, nesta segunda, o palácio seja mais respeitoso comigo", disse.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosDemocratas (DEM)MDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerRodrigo Maia

Mais de Brasil

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Governo de SP usará drones para estimar número de morte de peixes após contaminação de rios

8/1: Dobra número de investigados por atos golpistas que pediram refúgio na Argentina, estima PF

PEC que anistia partidos só deve ser votada em agosto no Senado

Mais na Exame