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Mãe de dançarino morto vai recorrer à Anistia Internacional

A mãe de Douglas Rafael da Silva Pereira disse que vai recorrer à Anistia Internacional para que a morte de seu filho não vire mais um caso Amarildo

Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira: “meu filho foi torturado até a morte com requintes de crueldade" (Fernando Frazão/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2014 às 15h41.

Rio de Janeiro - A mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26 anos, conhecido como DG, Maria de Fátima da Silva disse na manhã de hoje (24) que vai recorrer à Anistia Internacional na próxima semana para que a morte de seu filho não vire “mais um [caso] Amarildo”.

Ela fez referência ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) da Rocinha para averiguação.

DG foi encontrado morto na última terça-feira (22) na comunidade pacificada do Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital fluminense.

“Eu quero que esse caso seja investigado até o final. Eu vou para a Anistia Internacional. Vou viajar semana que vem. Eu não vou deixar isso cair no esquecimento. A UPP é uma mentira, é uma farsa. Eles estão chegando, armando estrutura de ferro, colocando pessoas despreparadas dentro dela, onde o inimigo é a população. Meu filho não vai virar uma estatística”, disse a técnica de enfermagem.

De acordo com Maria de Fátima, o dançarino foi torturado.

“Meu filho foi torturado até a morte com requintes de crueldade. Eu acompanhei no IML [Instituto Médico-Legal], eu vi. Ele tinha um afundamento de crânio, um corte no supercílio, muito sangue na boca. Ele tinha uma hemorragia no tórax. Ele estava molhado, porém no local não tinha água, só o corpo molhado e toda a documentação molhada.”

Segundo a técnica de enfermagem, os moradores do Pavão-Pavãozinho disseram que os policiais estavam atirando nos transformadores de energia elétrica durante a madrugada para deixar a favela sem energia.


Na noite de segunda-feira (21), policiais da UPP foram checar a denúncia de que o chefe da quadrilha que controla a venda de drogas no Pavão-Pavãozinho estava na comunidade.

Na versão da Polícia Militar, ao tentar chegar ao local, os policiais foram alvo de muitos tiros. Eles revidaram, mas tiveram que recuar.

Na manhã do dia seguinte, o corpo do dançarino foi encontrado em uma creche.

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais não sabiam que o rapaz foi morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP e deve ouvir dez policiais que se envolveram no tiroteio.

A Polícia Civil confirmou ontem (23) que o dançarino foi atingido por um tiro.

A informação foi divulgada pelo titular da Delegacia de Ipanema (13ª DP), Gilberto Ribeiro. Segundo laudo do IML, o rapaz morreu devido a uma hemorragia interna decorrente “de laceração pulmonar proveniente de ferimento transfixante do tórax".

Em entrevista à imprensa, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que está acompanhando as investigações sobre a morte do dançarino.

"Vamos acompanhar com todo o rigor, apresentar [os resultados] à sociedade com toda transparência. E quero pressa nessas investigações, porque isso é fundamental para que nós continuemos esse trabalho [de polícia pacificadora], que hoje atende a 9 milhões de pessoas, com 9 mil policiais que estão em áreas historicamente dominadas pelo tráfico."

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Rio de Janeiro - A mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26 anos, conhecido como DG, Maria de Fátima da Silva disse na manhã de hoje (24) que vai recorrer à Anistia Internacional na próxima semana para que a morte de seu filho não vire “mais um [caso] Amarildo”.

Ela fez referência ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) da Rocinha para averiguação.

DG foi encontrado morto na última terça-feira (22) na comunidade pacificada do Pavão-Pavãozinho, na zona sul da capital fluminense.

“Eu quero que esse caso seja investigado até o final. Eu vou para a Anistia Internacional. Vou viajar semana que vem. Eu não vou deixar isso cair no esquecimento. A UPP é uma mentira, é uma farsa. Eles estão chegando, armando estrutura de ferro, colocando pessoas despreparadas dentro dela, onde o inimigo é a população. Meu filho não vai virar uma estatística”, disse a técnica de enfermagem.

De acordo com Maria de Fátima, o dançarino foi torturado.

“Meu filho foi torturado até a morte com requintes de crueldade. Eu acompanhei no IML [Instituto Médico-Legal], eu vi. Ele tinha um afundamento de crânio, um corte no supercílio, muito sangue na boca. Ele tinha uma hemorragia no tórax. Ele estava molhado, porém no local não tinha água, só o corpo molhado e toda a documentação molhada.”

Segundo a técnica de enfermagem, os moradores do Pavão-Pavãozinho disseram que os policiais estavam atirando nos transformadores de energia elétrica durante a madrugada para deixar a favela sem energia.


Na noite de segunda-feira (21), policiais da UPP foram checar a denúncia de que o chefe da quadrilha que controla a venda de drogas no Pavão-Pavãozinho estava na comunidade.

Na versão da Polícia Militar, ao tentar chegar ao local, os policiais foram alvo de muitos tiros. Eles revidaram, mas tiveram que recuar.

Na manhã do dia seguinte, o corpo do dançarino foi encontrado em uma creche.

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os policiais não sabiam que o rapaz foi morto e só descobriram o corpo depois, junto com peritos da Polícia Civil. Um procedimento apuratório foi aberto pela CPP e deve ouvir dez policiais que se envolveram no tiroteio.

A Polícia Civil confirmou ontem (23) que o dançarino foi atingido por um tiro.

A informação foi divulgada pelo titular da Delegacia de Ipanema (13ª DP), Gilberto Ribeiro. Segundo laudo do IML, o rapaz morreu devido a uma hemorragia interna decorrente “de laceração pulmonar proveniente de ferimento transfixante do tórax".

Em entrevista à imprensa, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que está acompanhando as investigações sobre a morte do dançarino.

"Vamos acompanhar com todo o rigor, apresentar [os resultados] à sociedade com toda transparência. E quero pressa nessas investigações, porque isso é fundamental para que nós continuemos esse trabalho [de polícia pacificadora], que hoje atende a 9 milhões de pessoas, com 9 mil policiais que estão em áreas historicamente dominadas pelo tráfico."

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