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Luta por cargos divide herdeiros de Covas em SP

A divergência gira em torno da composição dos principais cargos da Executiva municipal, que formalmente vai conduzir a campanha tucana

Bruno Covas: A divergência gira em torno da composição dos principais cargos da Executiva municipal (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 10h27.

São Paulo - A disputa pelo comando do diretório municipal do PSDB de São Paulo colocou em lados opostos dois representantes da família Covas - a mais tradicional entre os tucanos - e, a um ano e quatro meses das eleições municipais, divide o partido no processo de escolha do candidato que vai concorrer pela legenda à Prefeitura em 2016.

A divergência gira em torno da composição dos principais cargos da Executiva municipal, que formalmente vai conduzir a campanha tucana no ano que vem.

No domingo passado, o vereador de primeiro mandato Mário Covas Neto, o Zuzinha - filho do ex-governador -, foi eleito presidente do diretório vencendo candidatos do grupo que tem entre as principais lideranças o deputado federal Bruno Covas, seu sobrinho, e o suplente de senador José Aníbal.

Zuzinha, no entanto, não conseguiu indicar nomes para as demais cadeiras do comando municipal do partido por causa, segundo ele, de uma manobra do grupo derrotado.

Na primeira reunião como presidente do diretório, na terça-feira, ele apresentou suas sugestões, mas disse ter sido surpreendido com o anúncio de uma lista fechada para a Executiva, formada por representantes do grupo adversário. Esta lista foi votada e aprovada por 39 dos 71 membros.

Aliados de Zuzinha dizem que houve "traição" e membros do partido foram ameaçados de demissão de cargos no governo paulista se não votassem com a chapa apresentada de surpresa.

A intenção, segundo eles, é diminuir o poder de Zuzinha no diretório e viabilizar internamente eventual candidatura à Prefeitura de alguém ligado ao grupo de Aníbal. O próprio Bruno Covas tenta manter-se como opção no ninho tucano paulistano.

Zuzinha suspendeu a reunião e convocou novo encontro para esta quinta-feira, 04, quando foi eleita uma nova Executiva. "Indiquei dois nomes ligados a Bruno e Aníbal porque não queremos que o partido seja representado por apenas um agrupamento", disse.

Aníbal não reconhece a legitimidade da chapa eleita ontem. "A reunião foi feita com expressiva participação de suplentes."

Ele afirmou que os membros da Executiva eleita na terça vão encaminhar ainda hoje a ata da reunião para que o diretório estadual arbitre sobre esta questão.

"Não vamos judicializar uma coisa que é partidária", disse. Ao convocar nova reunião, diz Aníbal, Zuzinha estaria "tentando encontrar caminho para legitimar sua chapa". Seria uma forma, segundo ele, de viabilizar a candidatura do vereador Andrea Matarazzo. "Ele nem aparece nas pesquisas."

Zuzinha nega o apoio à candidatura de Matarazzo, mas disse ver um movimento de conspiração para excluí-lo da disputa. "Eles estão excluindo o Matarazzo para ter uma suposta maioria. Essa manifestação é exatamente alijar um grupo, o que na minha visão não contribui para construção da unidade partidária. É uma prévia para as eleições", disse.

O vereador disse achar "estranha" a postura de Bruno Covas. "Não consigo entender a postura do Bruno. Ele me surpreendeu muito negativamente nesse processo todo", disse ele, lembrando que coordenou a campanha do sobrinho para deputado estadual em 2006.

Bruno Covas justificou o que ocorreu na terça afirmando que o grupo do qual faz parte se sentiu sub-representado na mesa apresentada por Zuzinha. "Não é nada contra ele", disse. Embora diga que "até o momento" não pensou em se candidatar, o deputado comentou que a atitude de Zuzinha "dá a entender que ele tem compromisso com a outra candidatura".

O até agora único pré-candidato do PSDB à Prefeitura em 2016, vereador Andrea Matarazzo, afirmou que a divisão interna prejudica a formação de uma candidatura sólida do partido para o ano que vem.

"O ideal é que o partido esteja unido para todos trabalharem com afinco pela candidatura, seja ela de quem for", disse. Matarazzo ressaltou que a definição do nome "não se dá na Executiva municipal", mas em "instâncias superiores".

O governador Geraldo Alckmin, principal herdeiro político de Mário Covas, prefere não se posicionar sobre a disputa no diretório municipal. Ele se concentra, neste momento, na definição de nomes para os diretórios estadual, cuja eleição ocorre em junho, e nacional, que terá eleição em julho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A divergência gira em torno da composição dos principais cargos da Executiva municipal, que formalmente vai conduzir a campanha tucana no ano que vem.

No domingo passado, o vereador de primeiro mandato Mário Covas Neto, o Zuzinha - filho do ex-governador -, foi eleito presidente do diretório vencendo candidatos do grupo que tem entre as principais lideranças o deputado federal Bruno Covas, seu sobrinho, e o suplente de senador José Aníbal.

Zuzinha, no entanto, não conseguiu indicar nomes para as demais cadeiras do comando municipal do partido por causa, segundo ele, de uma manobra do grupo derrotado.

Na primeira reunião como presidente do diretório, na terça-feira, ele apresentou suas sugestões, mas disse ter sido surpreendido com o anúncio de uma lista fechada para a Executiva, formada por representantes do grupo adversário. Esta lista foi votada e aprovada por 39 dos 71 membros.

Aliados de Zuzinha dizem que houve "traição" e membros do partido foram ameaçados de demissão de cargos no governo paulista se não votassem com a chapa apresentada de surpresa.

A intenção, segundo eles, é diminuir o poder de Zuzinha no diretório e viabilizar internamente eventual candidatura à Prefeitura de alguém ligado ao grupo de Aníbal. O próprio Bruno Covas tenta manter-se como opção no ninho tucano paulistano.

Zuzinha suspendeu a reunião e convocou novo encontro para esta quinta-feira, 04, quando foi eleita uma nova Executiva. "Indiquei dois nomes ligados a Bruno e Aníbal porque não queremos que o partido seja representado por apenas um agrupamento", disse.

Aníbal não reconhece a legitimidade da chapa eleita ontem. "A reunião foi feita com expressiva participação de suplentes."

Ele afirmou que os membros da Executiva eleita na terça vão encaminhar ainda hoje a ata da reunião para que o diretório estadual arbitre sobre esta questão.

"Não vamos judicializar uma coisa que é partidária", disse. Ao convocar nova reunião, diz Aníbal, Zuzinha estaria "tentando encontrar caminho para legitimar sua chapa". Seria uma forma, segundo ele, de viabilizar a candidatura do vereador Andrea Matarazzo. "Ele nem aparece nas pesquisas."

Zuzinha nega o apoio à candidatura de Matarazzo, mas disse ver um movimento de conspiração para excluí-lo da disputa. "Eles estão excluindo o Matarazzo para ter uma suposta maioria. Essa manifestação é exatamente alijar um grupo, o que na minha visão não contribui para construção da unidade partidária. É uma prévia para as eleições", disse.

O vereador disse achar "estranha" a postura de Bruno Covas. "Não consigo entender a postura do Bruno. Ele me surpreendeu muito negativamente nesse processo todo", disse ele, lembrando que coordenou a campanha do sobrinho para deputado estadual em 2006.

Bruno Covas justificou o que ocorreu na terça afirmando que o grupo do qual faz parte se sentiu sub-representado na mesa apresentada por Zuzinha. "Não é nada contra ele", disse. Embora diga que "até o momento" não pensou em se candidatar, o deputado comentou que a atitude de Zuzinha "dá a entender que ele tem compromisso com a outra candidatura".

O até agora único pré-candidato do PSDB à Prefeitura em 2016, vereador Andrea Matarazzo, afirmou que a divisão interna prejudica a formação de uma candidatura sólida do partido para o ano que vem.

"O ideal é que o partido esteja unido para todos trabalharem com afinco pela candidatura, seja ela de quem for", disse. Matarazzo ressaltou que a definição do nome "não se dá na Executiva municipal", mas em "instâncias superiores".

O governador Geraldo Alckmin, principal herdeiro político de Mário Covas, prefere não se posicionar sobre a disputa no diretório municipal. Ele se concentra, neste momento, na definição de nomes para os diretórios estadual, cuja eleição ocorre em junho, e nacional, que terá eleição em julho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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