Lula: brasileiro terá encontros bilaterais
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 20 de setembro de 2023 às 06h01.
Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 06h56.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá duas reuniões de destaque nesta quarta-feira, 20, em Nova York. A primeira com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a segunda com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Os encontros ocorrem após o petista discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU na terça-feira, 19.
Com o americano, Lula vai lançar uma iniciativa global contra a precarização do trabalho. Desde de julho, o Ministério do Trabalho e representantes do governo americano trabalham na proposta.
Segundo o Palácio do Planalto, a proposta tratará de políticas para trabalhadores de aplicativos, direito de representação sindical e condições para o trabalho decente. Dirigentes sindicais de ambos os países estarão presentes no encontro.
Além de tratar sobre trabalho, os presidentes devem falar de temas bilaterais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta semana que espera que o encontro possa tornar o Brasil um parceiro estratégico dos Estados Unidos para investimentos.
Lula e Biden tiveram discursos alinhados na ONU, com falas sobre o combate á fome e desigualdade, os desafios climáticos e o olhar para crises como a do Haiti. Único ponto destoante foi a Guerra na Ucrânia. Enquanto o brasileiro tratou o tema sem condenar a Rússia, o americano foi firme ao afirmar que somente Putin pode acabar com o conflito que ele mesmo iniciou.
Após idas e vindas, Lula e Zelesky terão o primeiro encontro a sós presencialmente. Em março, os presidentes conversaram por telefone.
Durante a cúpula do G7, no Japão, um desencontro de agendas impossibilitou o encontros da dupla. Na época, o governo brasileiro disse que o ucraniano não compareceu no horário marcado, enquanto Zelensky afirmou, com ironia, que o problema foi na agenda do brasileiro.
Além de cobrar uma posição mais enfática do governo brasileiro em relação ao conflito, os ucranianos criticam falas de Lula sobre a invasão russa. Em uma oportunidade, o petista disse que a Ucrânia também tinha responsabilidade na guerra. A fala sobre a ida de Putin ao Brasil na próxima reunião do G20 também gerou um ruído entre os países.
Lula defende a criação de um grupo de países, incluindo o Brasil, que lidere uma saída negociada para o fim da guerra. Em seu discurso na Assembleia Geral, o presidente brasileiro reafirmou que o único caminho para a paz é o diálogo.
O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, foi enviado a Kiev, capital da Ucrânia, para participar de uma reunião com Zelensky.
Ao comentar o encontro, o presidente ucraniano disse ter afirmado ao brasileiro que o único plano de paz possível para terminar a guerra é da Ucrânia e que discutiu a realização de uma cúpula Ucrânia-América Latina.
Além de Biden e Zelensky, o petista terá reuniões com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña. No fim do dia, Lula retornará ao Brasil.