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Lula faz apelo a empresários do Brasil e da Argentina

"Que os empresários dos dois países deixem de se ver como competidores e adversários", afirmou o ex-presidente brasileiro no país

O ex-presidente Lula teve um encontro na Casa Rosada com a presidente argentina Cristina Kirchner (Juan Mabromata/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 07h50.

Buenos Aires - O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) fez um apelo na quarta-feira aos empresários de seu país e da Argentina para que deixem as divergências de lado, em um encontro com quase mil homens de negócio em um fórum privado.

"Que os empresários dos dois países deixem de se ver como competidores e adversários", afirmou o ex-presidente na cidade de Mar del Plata, no evento do Instituto para o Desenvolvimento Empresarial (IDEA), o maior fórum local de iniciativa privada.

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Para Lula, "a relação entre Brasil e Argentina é fundamental para consolidar a integração e é necessário que sejamos mais generosos".

Os dois países mantêm uma firme aliança estratégica na América do Sul, mas em diversas oportunidades foram registradas tensões por medidas protecionistas aplicadas pela Argentina a produtos manufaturados brasileiros e por restrições temporárias impostas pelo Brasil a automóveis e alimentos argentinos.

No encontro também estavam presentes governadores provinciais ligados ao governo peronista e, surpreendentemente, o líder de um setor antigovernamental da central operária CGT, Hugo Moyano.

Mais cedo, Lula foi recebido em Buenos Aires pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, antes de viajar a Mar del Plata.

Lula e Kirchner almoçaram na Casa Rosada (sede do governo), um compromisso que se estendeu por quase duas horas, que ambos dedicaram ao diálogo sobre relações bilaterais e temas vinculados ao Mercosul e a Unasul, segundo comunicado publicado na página oficial na internet.

Cristina Kirchner lembrou que "Lula e Néstor (Kirchner, o finado presidente) foram os artífices do fim desta maldição da América do Sul de enfrentamento entre os irmãos do Brasil e os irmãos da Argentina".

Os dois presidentes "tiveram o papel histórico de acabar com este preconceito; os dois membros de partidos nacionais, populares e democráticos", disse Kirchner na noite desta quarta-feira durante um ato na Casa Rosada pelo "Dia da Lealdade Peronista".

"Hoje estive com o companheiro Lula, em boa forma, para festejar o 17 de outubro. Está muito bem de saúde", destacou Kirchner em referência ao câncer de laringe superado pelo ex-presidente.

Lula também se reuniu na quarta-feira com outros dirigentes peronistas, entre eles Daniel Scioli, governador da província de Buenos Aires (centro-leste), e o vice-presidente, Amado Boudou.

"É um orgulho que este líder extraordinário possa nos transmitir sua experiência, sua visão estratégica e os feitos de seu governo que não só foram bem sucedidos como estabeleceram novas bases junto ao (falecido) presidente Néstor Kirchner e Cristina Fernández de Kirchner para e economia e a política da região", disse Scioli à imprensa.

Lula tomou café da manhã em um luxuoso hotel de Buenos Aires com Boudou e uma dezena de funcionários, deputados e dirigentes que integram o movimento Unidos e Organizados, que reúne diversos grupos kirchneristas.

Durante o encontro se discutiu "como continuar aprofundando este processo de crescimento com inclusão social", disse o vice-presidente em declarações à imprensa.

Boudou afirmou que falaram "sobretudo do futuro da região e de todas as coisas que podem continuar fazendo juntos se continuarem levando adiante políticas como as que vêm realizando em nosso país desde 2003" (desde a presidência de Néstor Kirchner).

Um dos presentes, o chefe da bancada governista na Câmara dos Deputados argentina, Agustín Rossi, destacou em declarações à imprensa "o forte compromisso de Lula em continuar trabalhando em prol do fortalecimento do processo de integração latino-americana".

Durante o encontro, o ex-presidente brasileiro convocou a participação de uma cúpula de movimentos sociais e sindicais, que ele presidirá em 2013 em Brasília, revelou o líder docente Hugo Yasky, da Central de Trabalhadores Argentinos (CTA).

Após almoçar com Kirchner, Lula viajou para Mar del Plata para participar no fórum empresarial.

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