Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2024 às 07h56.
Última atualização em 10 de julho de 2024 às 15h33.
Em discurso a empresários brasileiros e bolivianos na terça-feira, 9, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da estabilidade fiscal para o desenvolvimento de um país e disse estar comprometido com a redução do déficit fiscal sem prejudicar o investimento público.
A declaração foi feita na cerimônia de encerramento do Fórum Empresarial Bolívia-Brasil, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Lula participou do evento junto ao presidente boliviano, Luis Arce.
"No caso do Brasil, na esteira da Constituição Cidadã de 1988, superamos os fantasmas da inflação e da dívida externa. Reduzir déficit fiscal sem comprometer a capacidade de investimento público é um compromisso da minha gestão", declarou o brasileiro.
Na quarta-feira passada, em reunião no Palácio do Planalto, Lula determinou que a equipe econômica faça o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal neste ano e nos próximos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou na ocasião que o mecanismo que controla o crescimento das despesas públicas será preservado "a todo custo", e que o presidente autorizou a redução de despesas de R$ 25,9 bilhões de programas dos ministérios em um pente-fino para fechar as contas públicas de 2025.
https://exame.com/economia/tecnicos-da-camara-preveem-deficit-zero-das-contas-publicas-apenas-em-2028/"Contrariando os pessimistas, o PIB do Brasil cresceu 2,5% nos últimos 12 meses. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê que serão investidos recursos da ordem de 320 bilhões de dólares, 75% dos quais até 2026. A nova política industrial brasileira se propõe a aumentar a complementaridade com os vizinhos e adensar nossas cadeias produtivas", disse Lula.
Os cortes e bloqueio de despesas podem começar ainda neste ano para atingir a meta fiscal, que é de déficit zero.
Em maio, último mês com dados fechados do Ministério da Fazenda, as contas do governo federal ficaram no vermelho. Houve um déficit primário (despesas maiores que receitas) de R$ 60,983 bilhões no mês, segundo pior resultado da série histórica (iniciada em 1997) para o período desde 2020, na pandemia, quando o rombo fiou em R$ 165,1 bilhões.
O resultado negativo foi puxado principalmente pela Previdência Social e pelo Tesouro Nacional, que registraram déficit de R$ 61,2 bilhões e R$ 84 bilhões, respectivamente.