Lula diz que só vai escolher equipe de governo se vencer eleição
Em entrevista, ex-presidente brincou com decisão de comitê da ONU e disse que deveriam "revogar o mandato de Bolsonaro"
Agência O Globo
Publicado em 29 de abril de 2022 às 15h34.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã desta sexta-feira que não deve escolher nomes de sua eventual equipe antes da eleição de outubro. A declaração foi feita à "Rádio Jornal" de Recife.
— Se você escolher seu time antes das eleições, você pode não ganhar as eleições, porque você começa a gerar discórdia dentro do seu próprio time. É preciso ter muito cuidado — declarou.
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O ex-presidente havia sido questionado se o "time" petista seria parecido com o de 2003, com várias figuras importantes do PT no alto escalão do governo, como José Dirceu e José Genoino.
Ele evitou comentar sobre outro nome ligado aos seus primeiros governos, o do ex-ministro Antonio Palocci, quem considerava amigo até sua delação na Lava-Jato. Perguntado se perdoaria o ex-petista, Lula evitou mencioná-lo e afirmou que quem deveria pedir-lhe desculpa são seus acusadores.
O petista aproveitou para comentar a recente decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que concluiu na quinta-feira que o ex-presidente havia sido julgado com parcialidade no âmbito da operação e teve seus direitos político e de privacidade violados.
— O correto seria revogar o mandato do Bolsonaro e me colocar na Presidência. Como (o mandato) já está no fim, eu também não quero (mais). Então que deixe as eleições serem democráticas — declarou.
Disputa em Pernambuco
Perguntado sobre quem seria seu candidato em Pernambuco, a ex-petista Marília Arraes ou Danilo Cabral, do PSB, Lula afirmou que ficaria com o pessebista pelo acordo seu os dois partidos para a eleição no estado.
— Tenho um acordo com o PSB, que é nacional. Então meu candidato é o Danilo. Embora eu mantenha toda relação que eu tenho de respeito pela Marília, eu, sinceramente, vou trabalhar para que Danilo seja o governador do estado de Pernambuco — disse Lula.
Marília deixou o PT em março para disputar o governo pelo Solidariedade, decisão que pegou o comando petista de surpresa. O partido havia aceitado lançá-la ao Senado na chapa que será encabeçada por Cabral.
A deputada, no entanto, tem colocado o ex-presidente em seu material de pré-campanha mesmo assim.
Lula afirmou que não vai "criar nenhum problema" caso outros políticos, mesmo os conservadores, queiram apoiá-lo na eleição.