Lula diz que precisará conversar com MDB sobre indicar Tebet para ministério
Ex-presidente voltou a repetir que não fará um "governo do PT"; após declarar apoio, senadora passou a integrar ativamente a campanha do petista
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de outubro de 2022 às 11h08.
O candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na manhã desta quarta-feira, 26, que, se eleito, precisará conversar com o MDB sobre indicação da senadora Simone Tebet (MDB) para um eventual ministério. Apesar de elogiar o desempenho de Tebet, o ex-presidente reforçou que não pode antecipar quem seria nomeado para compor um novo governo.
"A Simone, embora esteja me apoiando, ela é um quadro político importante, mulher competente Mas eu não posso dizer que ela vai ser ministra porque vou estar precipitando uma coisa que não posso", disse Lula durante entrevista à Rádio Mix de Manaus.
Após declarar apoio a Lula, Tebet passou a integrar ativamente a campanha. Ela tem feito viagens ao Rio de Janeiro e Minas Gerais e sinaliza que um novo mandato do ex-presidente será moderado e de centro.
O petista voltou a repetir na entrevista que não fará um "governo do PT". "Vou fazer um ministério que represente a sociedade brasileira com PT e com gente fora", esclareceu. Questionado se já definiu quais nomes irão compor eventuais pastas, ele afirmou que tem pensado sobre isso "no travesseiro" para que as notícias não se espalhem.
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Armas
Lula voltou a criticar a política armamentista adotada no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o petista, "quem está comprando armas não são pessoas de bem, mas o crime organizado".
"Ninguém compra arma para educação, ninguém compra arma para fazer coisa a não ser matar. Quem está comprando armas que Bolsonaro está facilitando é o crime organizado, que precisa mais assaltar o arsenal da Polícia, da Marinha ou do Exército", afirmou, na entrevista.
A retórica de alinhamento ao crime organizado é utilizada por Bolsonaro contra Lula. O presidente já tentou associar o petista ao condenado Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Mais recentemente, apoiadores do presidente tentaram ligar Lula ao crime organizado por causa de um boné que o petista usou com as letras "CPX" durante caminhada no Complexo do Alemão, no Rio. Nas redes, aliados de Bolsonaro compartilharam imagens de supostos criminosos usando a mesma sigla. Segundo bolsonaristas, seria uma abreviação para a palavra "cupinxa", que remete ao tráfico. Porém, em nota publicada em seu site oficial, a equipe de Lula explica que CPX é uma abreviação para a palavra "complexo", usada por ocasião da visita ao Complexo do Alemão.
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Bolsonarismo
O ex-presidente afirmou durante a entrevista que, mesmo com sua vitória, o bolsonarismo e o "ódio" continuarão presentes na sociedade. "Eu acho que o povo vai votar de forma soberana na democracia. O que eu acho é que o bolsonarismo vai continuar, o ódio vai continuar por um tempo, os fanáticos vão continuar por um tempo, mas eu acho que a gente vai ter um processo de reconciliação com a nação brasileira", disse.