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Lula diz que pode ser candidato contra projeto conservador

O ex-presidente declarou que poderá ser candidato em 2018, se avaliar que um “projeto conservador” esteja concorrendo para acabar com o que foi feito pelo PT


	Luiz Inácio Lula da Silva: “nem que eu tenha só um minuto de vida em 2018, se estiver concorrendo contra nós um projeto conservador que tenha como objetivo acabar com as coisas que nós fizemos nesse país, eu estarei na campanha"
 (Reuters)

Luiz Inácio Lula da Silva: “nem que eu tenha só um minuto de vida em 2018, se estiver concorrendo contra nós um projeto conservador que tenha como objetivo acabar com as coisas que nós fizemos nesse país, eu estarei na campanha" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2015 às 20h50.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira que poderá ser candidato à Presidência da República em 2018 se avaliar que um "projeto conservador" esteja concorrendo para acabar com o que foi feito pelos governos petistas.

"Não estou candidato. Faltam três anos para as eleições. Deus queira que possa aparecer no nosso meio quatro, cinco, seis candidatos", disse o ex-presidente em discurso no encerramento da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar.

"Agora, uma coisa eu vou dizer: nem que eu tenha só um minuto de vida em 2018, se estiver concorrendo contra nós um projeto conservador que tenha como objetivo acabar com as coisas que nós fizemos nesse país, eu estarei na campanha, ou como cabo eleitoral ou como candidato", disse.

Pouco antes, em entrevista ao SBT, Lula já havia dito que poderia sair candidato nas próximas eleições presidenciais para defender o projeto petista de governo. Nessa mesma entrevista, ele também afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff cometeu equívocos, como o congelamento do preço da gasolina.

Lula já havia admitido a possibilidade de concorrer à Presidência, em agosto, em entrevista a uma rádio de Minas Gerais. Desde o início da crise política, o ex-presidente tem dito a amigos que poderia concorrer em 2018 se essa fosse a única maneira de evitar uma vitória da oposição. Ele apenas ponderava se já era hora de admitir isso publicamente.

Em meio a uma plateia totalmente favorável ao governo, Lula foi recebido com gritos de "1,2,3, Lula outra vez". Ao ouvir sua declaração, o público, formado por delegados para a conferência, ovacionou o ex-presidente.

Antes de confirmar que pode ser candidato, Lula criticou a oposição e incitou o público a defender o governo.

"Eu quero dizer que a hora não é de ficar com a cabeça baixa. O momento que estamos vivendo é um momento em que cada vez que um adversário nosso fizer uma crítica nos acusando, nós temos que ter coragem de responder", disse.

"É importante que a gente diga para eles que a corrupção está aparecendo agora não é porque existe mais do que antes, mas porque tem um governo que está apurando agora mais do que eles apuravam antes." Ao demonstrar irritação com as acusações que têm sido feitas contra sua família e ele mesmo, Lula declarou que a oposição está "dando de barato" que o governo Dilma acabou e agora "vamos acabar com Lula porque esse tal de Lula pode voltar em 2018".

"Hoje eu fiz um programa de tevê e eu disse que o maior legado que minha mãe me deu foi a conquista de andar de cabeça erguida. Eu não vou mais admitir que corruptos nos chamem de corruptos. Todos esses que ficam nos acusando, se colocar um dentro do outro não tem 10 por cento da minha honestidade", declarou.

Lula ainda pediu ajuda da plateia para defender o governo Dilma e afirmou que não vai admitir que se fale de impeachment, citando o acampamento montado por grupos favoráveis ao impedimento na frente do Congresso Nacional.

"A gente tem de dizer que eles têm direito de querer ter o presidente deles. Agora, se eles querem ter um presidente, aprendam a exercitar a democracia e ganhem as eleições como nós ganhamos. Porque não vamos admitir o impeachment da presidente Dilma", afirmou.

"A dificuldade não é da Dilma, a dificuldade é nossa, a dificuldade é do Brasil, é do mundo e nós temos agora que ajudar porque quando tudo está bem ninguém precisa de ajuda. Quando as coisas não estão bem é que temos de assumir uma postura", completou.

Texto atualizado às 21h50

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