Lula diz em carta que pensou em processar Bicudo
O ex-presidente enviou uma carta ao filho do jurista Hélio Bicudo, um dos signatários do principal pedido de impeachment contra a presidente
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2015 às 17h18.
Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao filho do jurista Hélio Bicudo, um dos signatários do principal pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff protocolado na Câmara dos Deputados , afirmando que pensou em processar o jurista, mas que desistiu por respeito à sua família.
"Nos últimos anos, tenho recebido em silêncio os sucessivos ataques do doutor Hélio Bicudo, pontuados de rancor", diz um trecho.
"Eu até pensei em tomar medidas judiciais a propósito dessas injúrias. Mas não o farei em atenção a você e a seus familiares. Eu e seu pai somos cristãos e ele tem consciência de que Deus sabe que ele está mentindo."
Em entrevista ao Roda Viva, nesta semana, Bicudo afirmou que Lula enriqueceu de forma ilícita e "se corrompeu e corrompe a sociedade brasileira como ela é hoje através da sua atuação como presidente da República".
A carta de Lula é uma resposta a José Eduardo Pereira Wilken Bicudo, que, em recente entrevista, se posicionou contrário ao pai e afirmou que o jurista, de 93 anos, estaria sendo usado por interessados em derrubar a presidente.
O jurista foi candidato a vice de Lula em sua primeira disputa eleitoral, para o governo de São Paulo, em 1982. Depois disso, foi deputado federal pelo PT e ocupou vários cargos na sigla, tendo sido vice-prefeito e secretário de Assuntos Jurídicos de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Seu rompimento com o partido ocorreu em 2005, após a divulgação do caso do mensalão.
Lula cita sua longa convivência com Bicudo e destaca que, apesar de hoje divergirem sobre alguns temas, é preciso manter o "respeito e consideração pelas pessoas".
"Espero que as deliberadas injustiças que o doutor Hélio Bicudo hoje comete não ofusquem a contribuição que ele já deu ao Estado de Direito no nosso País", diz. "Mas a calúnia rancorosa e sua exploração pela imprensa servem para nos alertar sobre a necessidade de limites morais na disputa política", completa.
Apesar de ressaltar a importância da trajetória de Bicudo, Lula diz que o jurista "ultrapassou todos os limites" ao atacar "frontalmente minha honra pessoal e fez acusações caluniosas, ofensivas e desprovidas de qualquer fundamento".
"Diante desses ataques, não posso permanecer calado, em respeito à minha família, aos meus companheiros e aos que sempre compartilharam conosco a luta por um Brasil melhor e mais justo."
O ex-presidente diz que o atual comportamento de Bicudo faz com que ele "se apequene". "São infâmias proferidas por uma pessoa que, no passado, destacou-se pela defesa da lei e da verdade. E que tristemente se apequena aos olhos do presente e do futuro."
Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao filho do jurista Hélio Bicudo, um dos signatários do principal pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff protocolado na Câmara dos Deputados , afirmando que pensou em processar o jurista, mas que desistiu por respeito à sua família.
"Nos últimos anos, tenho recebido em silêncio os sucessivos ataques do doutor Hélio Bicudo, pontuados de rancor", diz um trecho.
"Eu até pensei em tomar medidas judiciais a propósito dessas injúrias. Mas não o farei em atenção a você e a seus familiares. Eu e seu pai somos cristãos e ele tem consciência de que Deus sabe que ele está mentindo."
Em entrevista ao Roda Viva, nesta semana, Bicudo afirmou que Lula enriqueceu de forma ilícita e "se corrompeu e corrompe a sociedade brasileira como ela é hoje através da sua atuação como presidente da República".
A carta de Lula é uma resposta a José Eduardo Pereira Wilken Bicudo, que, em recente entrevista, se posicionou contrário ao pai e afirmou que o jurista, de 93 anos, estaria sendo usado por interessados em derrubar a presidente.
O jurista foi candidato a vice de Lula em sua primeira disputa eleitoral, para o governo de São Paulo, em 1982. Depois disso, foi deputado federal pelo PT e ocupou vários cargos na sigla, tendo sido vice-prefeito e secretário de Assuntos Jurídicos de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Seu rompimento com o partido ocorreu em 2005, após a divulgação do caso do mensalão.
Lula cita sua longa convivência com Bicudo e destaca que, apesar de hoje divergirem sobre alguns temas, é preciso manter o "respeito e consideração pelas pessoas".
"Espero que as deliberadas injustiças que o doutor Hélio Bicudo hoje comete não ofusquem a contribuição que ele já deu ao Estado de Direito no nosso País", diz. "Mas a calúnia rancorosa e sua exploração pela imprensa servem para nos alertar sobre a necessidade de limites morais na disputa política", completa.
Apesar de ressaltar a importância da trajetória de Bicudo, Lula diz que o jurista "ultrapassou todos os limites" ao atacar "frontalmente minha honra pessoal e fez acusações caluniosas, ofensivas e desprovidas de qualquer fundamento".
"Diante desses ataques, não posso permanecer calado, em respeito à minha família, aos meus companheiros e aos que sempre compartilharam conosco a luta por um Brasil melhor e mais justo."
O ex-presidente diz que o atual comportamento de Bicudo faz com que ele "se apequene". "São infâmias proferidas por uma pessoa que, no passado, destacou-se pela defesa da lei e da verdade. E que tristemente se apequena aos olhos do presente e do futuro."