Brasil

Lula discutirá crise entre México e Equador em encontro com presidente da Colômbia

Na reunião entre Lula e Petro, na próxima terça-feira, serão discutidos temas bilaterais, regionais e multilaterais como a eleição na Venezuela

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o presidente Lula (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Reprodução)

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o presidente Lula (Ricardo Stuckert/Presidência da República/Reprodução)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 11 de abril de 2024 às 16h05.

Última atualização em 11 de abril de 2024 às 16h54.

A situação da América Latina, incluindo a crise diplomática entre México e Equador e o processo eleitoral venezuelano, fará parte da conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o colombiano Gustavo Petro durante viagem do líder brasileiro a Bogotá na semana que vem.

A expectativa é de que o encontro entre Lula e Petro dure cerca de 2 horas, quando serão discutidos temas bilaterais, regionais e multilaterais.

"A situação regional é um tema obrigatório e com o presidente Petro não será diferente", disse João Marcelo Queiroz, diretor do Departamento de América do Sul do Itamaraty.

Colômbia e Brasil estão entre os países da região que condenaram, no último sábado, a invasão da embaixada do México pela polícia do Equador para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas. Como Glas estava asilado em uma missão diplomática — considerada inviolável pelas normas internacionais —, o governo mexicano rompeu as relações diplomáticas com o Equador.

Nesta sexta-feira, líderes e chanceles da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) terão uma reunião virtual para discutir a crise entre os dois países. A conversa foi convocada pela presidente temporária da Celac, a hondurenha Xiomara Castro.

Proposta de paz

Petro esteve esta semana na Venezuela, onde se reuniu com o presidente Nicolás Maduro e membros da oposição.

O presidente da Colômbia deve fazer um relato a Lula sobre sua viagem a Caracas. Petro anunciou que seu país trabalhará pela paz política na Venezuela e, segundo interlocutores do governo brasileiro, ele deve convidar Lula para fazer parte dessa empreitada.

Brasil e Colômbia já demonstraram preocupação com a situação na Venezuela. A avaliação é de que inabilitações de candidatos e prisões de adversários políticos de Maduro ferem o Acordo de Barbados, firmado no ano passado, entre representantes do governo Maduro e da oposição, para garantir eleições livres, transparentes e justas no país. Lula e Petro também defendem o argumento de que isolar Maduro não vai resolver os problemas.

"Os dois países convergem no diagnóstico de que as ações adotadas no passado para isolar a Venezuela não serviram de nada. Esse espírito de engajamento deve pontuar as conversas", afirmou Queiroz.

A disputa entre Venezuela e a Guiana por Essequibo também deve fazer parte da conversa entre os dois presidentes. A região, rica em petróleo, hoje é considerada um novo estado venezuelano por Maduro.

Roteiro

Lula embarcará para Bogotá na próxima segunda-feira. Os horários ainda não foram fechados, mas a previsão é de um encontro bilateral com Petro pela manhã, seguido de uma entrevista coletiva e um almoço. Serão assinados memorandos de entendimento sobre combate ao tráfico de pessoas, direitos humanos, cooperação cultural, desenvolvimento agrário e combate à fome.

Na parte da tarde, o presidente brasileiro participará de uma reunião com cerca de 300 empresários brasileiros e colombianos. Há 70 empresas do Brasil na Colômbia.

O último compromisso de Lula, no início da noite, será a inauguração da Feira Internacional do Livro de Bogotá. O Brasil será homenageado como convidado de honra. O evento terá duração de duas semanas e receberá cerca de 600 mil visitantes.

Acompanhe tudo sobre:ColômbiaLuiz Inácio Lula da SilvaMéxicoVenezuela

Mais de Brasil

Gramado suspende desfile de "Natal Luz" após acidente aéreo

Lula se solidariza com familiares de vítimas de acidente aéreo em Gramado

Quem foi Luiz Galeazzi, empresário morto em queda de avião em Gramado

Em SP, 65.000 seguem sem luz e previsão é de chuva para a tarde deste domingo