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Lula designa 122 militares para funções na Presidência da República

Um dos militares assumiu função na Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, responsável pela segurança de Lula

Lula: presidente trocou comandante do Exército recentemente, alegando "fratura de confiança" (Horacio Villalobos/Getty Images)

Lula: presidente trocou comandante do Exército recentemente, alegando "fratura de confiança" (Horacio Villalobos/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 30 de janeiro de 2023 às 11h58.

Última atualização em 30 de janeiro de 2023 às 12h08.

Após uma leva de dispensas em meio às desconfianças provocadas pela invasão do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro, o governo federal designou 122 militares para funções ligadas à Presidência da República. As portarias foram publicadas na edição desta segunda-feira do Diário Oficial da União (DOU).

Deste número, 120 militares atuarão na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Um militar do GSI foi indicado para atuar no Rio.

Uma das funções atuais do GSI é a segurança dos palácios presidenciais. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o GSI era também responsável pela segurança do presidente e de seus familiares.

Lula, no entanto, designou essa função à Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, criada no início da sua gestão e ligada ao seu gabinete pessoal no Palácio do Planalto. Lá, um militar foi designado nesta segunda-feira para atuar na assessoria especial.

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Durante a transição, quando foi criada esta nova estrutura, um dos argumentos apresentados para a criação da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata era que havia uma desconfiança de que o GSI estivesse aparelhado pelos militares.

O GSI havia sido extinto durante o governo Dilma Rousseff, mas foi recriado pelo então presidente Michel Temer em 2016. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) funciona atualmente subordinada ao GSI, mas estuda-se a possibilidade de deslocá-la para a Casa Civil.

Demissões

Nesta segunda-feira, outros três militares deixaram suas funções na Presidência da República. Dois deles atuavam no gabinete pessoal de Lula como assessor técnico militar da ajudância de ordens. O terceiro atuava na Abin.

Em mais de uma ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou “gente das Forças Armadas” de ter sido conivente com a invasão do Palácio do Planalto e afirmou estar convencido de que as portas da sede do Executivo foram literalmente abertas para os golpistas. Ele disse ainda que não pode ficar "nenhum suspeito de ser bolsonarista raiz" no Palácio.

"Teve muita gente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui", disse Lula, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.

E depois de Lula determinar a demissão do comandante do Exército no dia 21, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, justificou a troca no comando alegando que houve "fratura de confiança" na relação com o Exército.

Como O Globo mostrou, Lula quis demitir o general devido ao comportamento do militar em relação aos acampamentos golpistas diante do Quartel-General do Exército, em Brasília. O presidente já havia criticado o que chamou de conivência do Exército com os terroristas que invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) no ataque de 8 de janeiro. Segundo integrantes do governo, Arruda teria sido resistente à tentativa de pacificação da relação entre o presidente e o Exército.

Após Lula demitir o comandante do Exército, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, justificou a troca no comando alegando que houve "fratura de confiança" na relação com o Exército. Segundo integrantes do governo, Arruda teria sido resistente à tentativa de pacificação da relação entre o presidente e o Exército.

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