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Lula acredita que Temer não será condenado em julgamento do TSE

A opinião externada por Lula é que o TSE não deverá condená-lo no processo juntamente com Dilma

Lula: o ex-presidente fez uma avaliação política do julgamento (Ueslei Marcelino/Reuters)

Lula: o ex-presidente fez uma avaliação política do julgamento (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de junho de 2017 às 18h54.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou a interlocutores próximos nos últimos dias que não acredita na condenação do presidente Michel Temer no julgamento da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) previsto para começar nesta terça-feira à noite.

A opinião externada por Lula, feita a pessoas na passagem dele por Brasília para participar da eleição da nova cúpula do PT e repassada à Reuters, é que o TSE não deverá condená-lo no processo juntamente com Dilma.

O ex-presidente fez uma avaliação política do julgamento. Ele disse que, mesmo com a delação do empresário Joesley Batista, da JBS, tendo implicado Temer pessoalmente, não houve um consenso no campo da centro-direita sobre um nome para ser eleito numa disputa indireta para ocupar a Presidência da República em caso de saída do peemedebista do Palácio do Planalto.

Segundo Lula, também não houve manifestações de rua de dimensões que pudessem galvanizar um movimento por eleições diretas.

Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também não quiseram empunhar a bandeira da eleição direta.

O próprio Lula mandou emissários para conversar com integrantes da CNBB a fim de dizer que não teria, no momento, qualquer interesse de disputar à Presidência da República.

O ex-presidente é um dos nomes mais fortes numa votação popular, segundo pesquisas de opinião.

No PT, a avaliação da nova cúpula partidária é de que a permanência de Temer no governo --registrando baixos índices de popularidade-- é importante para o projeto eleitoral de 2018, com a candidatura presidencial de Lula, se não for interditada pela Justiça.

Isso ajudaria a cristalizar o entendimento de que o PSDB --principal parceiro do governo Temer-- vai se "enterrar" com o atual ocupante do Planalto e não terá condições de viabilizar um candidato com projeção nacional.

Condenação

A expectativa dentro da cúpula partidária é que, a partir do dia 20 de junho, Lula será sim condenado pelo juiz Sérgio Moro no processo sobre a propriedade do tríplex do Guarujá.

Mas os petistas consideram que o ex-presidente não deverá ir para a prisão agora --apesar do pedido do Ministério Público Federal de que ele cumpra a pena inicialmente em regime fechado.

Essa esperada condenação já está sendo trabalhada politicamente pelos petistas. Eles pretendem reforçar o discurso do ex-presidente como contraponto à agenda de ajuste fiscal do governo Temer.

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