Líder do PT ameaça representar contra Raquel Dodge por prevaricação
Segundo Paulo Pimenta, representação será apresentada no STF caso fique comprovado que PGR não investigou denúncias de tráfico de influência feitas pelo PT
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de abril de 2018 às 18h03.
Brasília - O líder do PT na Câmara , deputado Paulo Pimenta (RS), afirmou nesta quinta-feira, 12, que o partido poderá representar contra a procuradora-Geral da República, Raquel Dodge , por prevaricação.
Segundo ele, a representação será apresentada no Supremo Tribunal Federal ( STF ) caso fique comprovado que a PGR não investigou denúncias de tráfico de influência contra integrantes do Ministério Público que integram no âmbito da Operação Lava Jato feitas pela legenda em dezembro e novamente agora pelo ministro Gilmar Mendes em recente sessão da Corte.
Pimenta reclamou que o partido já tentou diversas vezes se reunir com Dodge para tratar da denúncia, mas nunca foi recebido pela procuradora. "Vamos voltar a requerer uma audiência com a procuradora Raquel Dodge. Vamos remeter todos os documentos que encaminhamos a ela ao ministro Gilmar Mendes. E, caso fique comprovado que não houve a investigação por parte da PGR, vamos analisar a possibilidade de representar por prevaricação contra a procuradoria-geral, que está protegendo e não investigando", disse, em entrevista na Câmara.
Na sessão desta quinta-feira, Gilmar Mendes fez críticas ao Ministério Público. Afirmou que o uso de prisões provisórias para forçar pessoas a fazerem delação premiada é "tortura em qualquer lugar do mundo" e que quem "chancela" essa prática está ferindo a Constituição.
"Todos nós comungamos da necessidade de combate da corrupção, mas deve ser feita seguindo o devido processo legal. Tem de fazer na forma da lei. Ninguém me dá lição nessa área", disse Gilmar. O ministro afirmou que agentes do MP ganharam "superpoder pessoal".
PSDB
O líder do PT também criticou decisão da ministra Nancy Adrighy, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de mandar à Justiça Eleitoral de São Paulo inquérito aberto contra o ex-governador Geraldo Alckmin com base na delação premiada da empreiteira Odebrecht.
Com a medida, o tucano - que deixou o cargo para disputar a Presidência da República - ficou fora, por ora, da rota da Lava Jato. "É algo gritante do ponto de vista da seletividade", afirmou o petista, dizendo que lideranças do PT fizeram o mesmo pedido nos últimos três anos, mas não tiveram o mesmo tratamento.