Líder do PSL diz que sigla não é intolerante e não será "PT à direita"
Delegado Waldir afirmou em entrevista à Rádio Eldorado que partido não quer extremistas de esquerda na sigla, mas disse que sigla respeita diferenças
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de agosto de 2019 às 09h57.
Um dia após a expulsão do deputado federal Alexandre Frota (SP) do PSL, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), negou que o partido seja intolerante ou intransigente. Segundo ele, as divergências são naturais e ocorrem inclusive no âmbito pessoal ou familiar.
"A gente não pode ser intransigente, querer puritanos no PSL. Se não, vamos virar um PT à direita", disse Waldir em entrevista à Rádio Eldorado. "Temos de respeitar as diferenças. O que não queremos é extremista de esquerda. Agora dizer que queremos (pessoas) 100% de direita é exagero político, essa não é a pretensão do PSL".
Waldir afirmou que as divergências são normais dentro de um partido e são indissociáveis da política. "Se em casa a gente briga, imagina em um partido que temos 53 líderes? É normal ter divergências, formação de alas, todo partido tem isso. E (isso) brota com mais efervescência em razão de eleições municipais no ano que vem. Tem fundo partidário, tem recurso, briga pelo poder", afirmou.
Na terça, o PSL decidiu expulsar o deputado Alexandre Frota por "infidelidade" após críticas ao governo e a colegas de bancada nos últimos meses. O deputado também foi criticado por se abster na votação do 2º turno da Previdência, o que foi considerado uma "traição" à legenda.
O jornal O Estado de S. Paulo mostrou nesta quarta que o PSL pretende implantar uma espécie de "filtro" ideológico para definir quem serão seus candidatos nas próximas eleições e evitar que nomes considerados desalinhados ao governo Jair Bolsonaro representem a sigla.
Defesa de Bolsonaro
O líder do PSL na Câmara afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro respeita opiniões diferentes. "O presidente não respeita aqueles que fazem ataques pessoais ou quebram a confiança. Ele tem uma forma de gestão". Ele disse que os ministros Paulo Guedes, da Economia, e Sérgio Moro, da Justiça, não pensam "igual ao presidente" em todos os temas, mas ainda assim integram o governo.
Waldir defendeu também a indicação de Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil em Washington. "Se preencher os requisitos e não for nepotismo, não vejo nenhum impedimento. Ele vai ter que mostrar que é competente, vai ser muito mais cobrado que qualquer embaixador do Brasil no mundo".