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Líder desmente Cunha sobre interferência em eleição

O líder do governo na Câmara rebateu declarações do líder do PMDB de que o governo estava interferindo na disputa pela presidência da Câmara


	Visão geral do plenário da Câmara dos Deputados durante sessão do Congresso
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Visão geral do plenário da Câmara dos Deputados durante sessão do Congresso (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 21h21.

Luciano Nascimento - O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS) rebateu hoje (21) as declarações do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ),  de que o governo estaria interferindo diretamente na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados.

Além do peemedebista, também concorrem à presidência o petista Arlindo Chinaglia (SP), principal oponente de Cunha, e o oposicionista e líder do PSB, Júlio Delgado (MG).

“Esta acusação é absolutamente indevida. Nós temos três candidatos disputando a presidência da Câmara, os três são legítimos. E os votos estão sendo buscados e disputados de forma legítima. Do mesmo jeito que eu tenho que respeitar os votos daqueles que apóiam, por exemplo, o deputado Eduardo Cunha ou o deputado Júlio Delgado, eu espero que eles respeitem os votos dos que apóiam a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia”, argumentou Fontana, que disse ser normal a ação de atores políticos, como ministros, na campanha.

"Não dá para impugnar a participação dos diferentes atores políticos; essa eleição também movimenta as bancadas de estados, governadores e prefeitos e tudo influi", afirmou.

Fontana rebateu ainda a declaração de Cunha de que, uma eventual vitória de Chinaglia, iria trazer "sequelas" para a Câmara, que ficaria submissa ao Planalto.

"Não vejo nenhuma possibilidade de sequelas por conta dessa disputa. Tem tanta legitimidade a candidatura do Eduardo quanto a do Arlindo. Do mesmo jeito que ele, há alguns meses lançou sua candidatura, e começou legitimamente a buscar apoios, eu estranho que alguém diga que uma vitória do Arlindo vai trazer problemas para a nossa governabilidade", rebateu. 

O líder do governo também classificou como "inaceitável" a insinuação de Cunha de que uma suposta gravação com o objetivo de prejudicar sua candidatura à presidência da Casa teria sido forjada pela Polícia Federal, a mando do governo.

“Eu acho uma coisa um tanto quanto incompreensível ele acusar a cúpula da Polícia Federal de, a mando do governo, estar forjando uma gravação. Se ela é falsa, o que ele deve fazer é colocar a denúncia, mas não criar outra falsa acusação e dizer que seria uma gravação manipulada”, disse Fontana durante coletiva com jornalistas.

Para Fontana, a declaração foi uma tentativa de trazer um debate estranho para o centro da campanha à presidência da Câmara dos Deputados. “Se eu me sinto lesado e apareceu uma gravação que eu digo que é falsa, eu devo pedir uma investigação. Mas não imediatamente politizar, dizendo que seria algo forjado com o objetivo de interferir na disputa eleitoral”, completou o petista.

Ontem, Cunha deu entrevista a jornalistas, na qual afirmou que recebeu a gravação no sábado (17), em seu escritório político, no Rio de Janeiro, de uma pessoa que teria se identificado como policial federal.

Na gravação, um suposto aliado do deputado aparece conversando, durante três minutos e meio, com um suposto policial federal, que o estaria chantageando para não revelar informações comprometedoras do líder do PMDB. Após a denúncia, o Ministério da Justiça pediu que a Polícia Federal investigue a autoria da gravação.

Fontana defendeu as recentes medidas anunciadas pelo governo, como as mudanças no seguro desemprego, na pensão por morte e também os aumentos de tributos anunciados na última segunda-feira (19).

Argumentou que não houve mudança nos rumos do governo, as medidas são pontuais e foram tomadas para preservar o emprego e a renda dos trabalhadores.

“Existe um pequeno ajuste que traz uma melhoria da arrecadação do governo federal para permitir que o ritmo de obras e de investimentos públicos continue. Mas este ajuste é um ajuste absolutamente moderado, equilibrado e temporário. A política econômica do governo continua no mesmo sentido que é colocar o emprego e a renda do trabalhador em primeiro lugar”, disse.

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